Psicografia e Psicofonia – a Escrita e a Fala na Comunicação Mediúnica

CURSO DE DOUTRINA ESPÍRITA

 

PSICOGRAFIA E PSICOFONIA

Introdução
A partir do conteúdo estudado a última aula, procure refletir a respeito dos seguintes pontos:
1-Como você definiria uma casa espírita?
2-Como deve ser a sala e trabalho mediúnico?
3-O que ocorre durante a atividade mediúnica?
4-A disciplina e o preparo de trabalhadores e frequentadores do grupo mediúnico é imprescindível. Como você pode exemplificar as possíveis interferências à tarefa do grupo medianímico?
5-Segundo André Luiz, há faixas magnéticas protetoras aos trabalhos mediúnicos. De que se trata?
6-No passado, muitos denominavam a atividade mediúnica kardecista como “mesa branca”. Comente.

 

MÉDIUNS PSICÓGRAFOS E PSICOFÔNICOS

A interação medianímica se vale dos recursos perispirituais do médium, da receptividade de certas regiões de seu corpo físico, como pontos especiais do córtex cerebral, seus plexos ou centros de força, braços, mãos, garganta ou boca.  A partir da interação fluídica do perispírito da entidade comunicante com as áreas mais sensíveis e propícias do médium, dar-se-á o tipo de mediunidade externada pelo trabalhador encarnado.

1-MÉDIUNS AUDIENTES

1.1-Os que ouvem a voz dos Espíritos, como se estivessem ouvindo a fala de uma pessoa. Ação  sobre o cérebro e nervos auditivos do médium.

1.2-Os que ouvem a voz dos Espíritos dentro de si mesmos. Voz interior. É muito comum.

 

2-MÉDIUNS ESCREVENTES

Ação sobre porção do córtex cerebral ou ao braço e à mão.

2.1-MECÂNICOS: Não sabem o que os Espíritos escrevem durante a manifestação. São raros.

2.2-SEMI-MECÂNICOS: Sabem o que os Espíritos escrevem, à medida que se formam as palavras. São comuns.

 

3-MÉDIUNS FALANTES

Ação do Espírito sobre o aparelho vocal do médium ou a partir do córtex cerebral vinculado à fala.

3.1-CONSCIENTES: Sabem o que o Espírito manifestante está falando, à medida que as palavras estão sendo ditadas. Estes médiuns são comuns.

3.2-INCONSCIENTES ou SONAMBÚLICOS: Não sabem o que o Espírito manifestante diz.

 

4-MÉDIUNS INTUITIVOS

Os intuitivos captam os pensamentos e sentimentos dos Espíritos. Não sofrem o mesmo envolvimento que ocorre com os médiuns audientes.

O Mecanismo das Comunicações

1-SINTONIA: Entendimento, harmonia, compreensão de idéias; Familiaridade (intelectual, cultural, planetária, quadros mentais); Mesma faixa de pensamento e vontade; Harmonia psíquica; afinidade. Duas pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente entrosadas, havendo, entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as profundamente.

2-RESSONÂNCIA: Frequências vibratórias coincidentes; Formação de uma corrente.

3-VIBRAÇÕES COMPENSADAS

Equivalentes tanto no médium quanto no Espírito comunicante;

Compensação: redução ou aumento da frequência vibratória;

Redução do padrão vibratório: Espírito superior se impregna de matéria sutil colhida no próprio ambiente;

Elevação do tom vibratório: o Espírito usará sua própria concentração para elevar suas vibrações.

Os Espíritos podem ver no íntimo de cada indivíduo seus pensamentos, suas preocupações, suas dores e desilusões. Quando um Espírito superior toma um médium e se dirige aos ouvintes sabe exatamente quais os pontos a abordar. E depois de lhe ouvirmos a sábia exortação, quantos pensamentos tristes se dissiparam; quantas preocupações desapareceram; quantas dores se mitigaram; quantas desilusões se esqueceram; quantas esperanças se renovaram!

Se tu, meu irmão ou minha irmã, possuís a mediunidade falante, roga ao Pai que a transforme em fonte de consolo para todos os que sofrem.

Eliseu Rigonatti

Leitura Complementar:

Qualidades de um bom médium

Rigorosamente falando, os bons médiuns são raros.

A maioria, geralmente, apresenta um ou outro defeito que lhes diminui a qualidade de bons.

O defeito, por pequeno que seja, é sempre de origem moral. Entretanto, o médium que reunir as cinco virtudes seguintes pode ser qualificado de bom: SERIEDADE, MODÉSTIA, DEVOTAMENTO, ABNEGAÇÃO e DESINTERESSE.

A seriedade é a virtude que um médium possui de utilizar sua mediunidade para fins verdadeiramente úteis, exercendo-a como um nobre sacerdócio.

A modéstia é a virtude pela qual um médium reconhece que é um simples instrumento da vontade do Senhor e, por isso, não se envaidece nem se orgulha de sua mediunidade.

Não faz alarde das comunicações que recebe, porque sabe que foi apenas um simples intermediário. Não se julga ao abrigo das mistificações e, quando é mistificado, compreende que isso aconteceu em virtude das falhas de seu caráter ou devido a algum erro de sua conduta; procura, então, corrigir-se para afastar de si os espíritos mistificadores.

O devotamento é a virtude pela qual um médium se dedica ardentemente ao benefício de seus irmãos que sofrem. O médium devotado considera-se um servo do Senhor e, por isso, não despreza nenhuma oportunidade de servi-lo, auxiliando a todos quantos necessitam dos cuidados dos espíritos de Deus.

A abnegação é a virtude pela qual um médium leva seu devotamento até ao sacrifício. O médium abnegado não hesita em renunciar a seus prazeres, a seus hábitos, a seus gostos, quando se trata de prestar socorros mediúnicos a quem quer que seja.

O desinteresse é a virtude pela qual um médium dá de graça o que de graça recebeu. O médium desinteressado nem mesmo esperará um agradecimento dos homens.

Eis expostas as cinco virtudes que devemos cultivar,  se quisermos merecer o qualificativo de bons médiuns. (Eliseu Rigonatti, “A Mediunidade sem Lágrimas”)

O Preparo Espiritual da Sala

CURSO DE DOUTRINA ESPÍRITA

 

O Preparo Espiritual da Sala

Objetivo:

Levar os alunos a compreenderem sua responsabilidade em relação ao ambiente em que se dará a reunião, o papel do evangelho como auxiliar no fortalecimento moral do médium e perceber a necessidade de vivenciar as normas da conduta nele contida.

Bibliografia:

Allan Kardec, “O Livro dos Médiuns”,  2ª parte – cap. XXIX – item 341; (*) Suely Caldas Schubert, “Transtornos Mentais”,  cap. 2 (Estrutura Espiritual da Reunião); (*) F. C. Xavier, André Luiz,  “Desobsessão”, cap. 4 (Preparo para a Reunião) e cap. 27 (Livros para Leitura).

Introdução

A partir do estudo da última aula, reflita sobre os seguintes pontos:

1-O que é espiritualismo?
2-O que é mediunismo?
3-Como você pode conceituar o homem de bem?
4-Que reflexão fez o filósofo Platão sobre a origem da vida terrena?
5-Qual a importância da concentração no desenvolvimento medianímico?
6-À luz do que vimos sobre a orientação mediúnica, podemos acreditar em todos os espíritos?

1-A Casa Espírita

Segundo Herculano Pires, o Centro ou Casa Espírita não é um templo nem um laboratório, mas um ponto de convergência da Doutrina Espírita.

2-A sala de trabalho mediúnico

A sala é o local da reunião mediúnica. É preparada por trabalhadores encarnados (as equipes do Centro) e desencarnados, como os protetores da instituição, os benfeitores associados às tarefas, aos grupos de tarefeiros ou às pessoas atendidas.

3-Atividades na sala mediúnica

-Coleta, manipulação e direcionamento de energias;

-Cirurgias perispirituais;

-Anulação de fixações mentais;

-Terapia sobre registros mentais atuais ou pretéritos.

4-Recursos da espiritualidade

 

-Painéis ou quadros fluídicos;

-Instrumentos de apoio da equipe espiritual;

-Aparatos que lembram instalações hospitalares terrenas, etc.

5-Interferências

-Maus pensamentos e má vontade dos participantes, encarnados ou não;

-Vibrações deprimentes;

-Ideoplastias;

-Sentimentos como raiva, revolta, orgulho etc.

FAIXAS MAGNÉTICAS PROTETORAS

As faixas magnéticas servem para proteger os trabalhos e manter a pureza fluídica necessária ao tratamento dos Espíritos atendidos nas reuniões mediúnicas.

Primeira Faixa: proteção à mesa, ao grupo de trabalho, à assistência e aos Espíritos em tratamento naquela tarefa.

Segunda Faixa: envolve as pessoas e os desencarnados não atuantes na reunião, fora do recinto, mas ainda dentro da Casa Espírita.

Terceira Faixa: circunda toda a Casa Espírita, a parte exterior do edifício, contando com apoio da vigilância de sentinelas da espiritualidade, isolando magneticamente toda a instituição de uma multidão de Espíritos, muitas vezes hostis.

Entre uma e outra faixas, há rede energética de proteção, para amparo e controle de algum Espírito mais rebelde ou teimoso. (F.C.Xavier, Médium, Efigênio S. Vitor, Espírito,“Mensagens Psicofônicas”, Um irmão de regresso)

Corrente e Semi-corrente

Quando os médiuns estão sentados à mesa e firmemente concentrados, emitem um forte fluxo de fluidos que se ligam e formam uma espécie de nuvem mais ou menos luminosa e altamente magnetizada: é a corrente magnética. Ela é fortificada pelos espíritos que velam pela sessão e constitui uma poderosa fonte de fluidos curadores.

Se, durante a sessão, um médium rogar ao Pai por uma pessoa que esteja enferma ou em aflição, os espíritos curadores podem fazer chegar até essa pessoa a força magnética capaz de curá-la ou aliviá-la. É o que se chama um passe a distância. Da mesma maneira, se os assistentes da sessão orarem com fé atrairão para si os benefícios que a corrente magnética lhes pode proporcionar.

semi-corrente é formada na primeira fileira, logo atrás dos médiuns, e é composta dos médiuns que não tiveram lugar na mesa e pelos doentes que necessitam serem banhados pelos eflúvios magnéticos que se irradiam diretamente da corrente. (Eliseu Rigonatti, “A Mediunidade Sem Lágrimas”, Ed.Pensamento, 2000, p.75)

A Mesa nas Sessões Espíritas

Kardec explicou o problema da mesa nas sessões espíritas com a sua habitual naturalidade: é o móvel mais cômodo para sentarmos ao seu redor. Afastava assim qualquer resquício de misticismo e magia, de rito e sacramento no ato mediúnico. Não obstante, há quem considere esse ato puramente místico e mágico, lembrando a evocação e a prece.

Não nos sentamos em torno da mesa apenas para conversar ou escrever, mas também para nos alimentarmos. A alimentação que tomamos na mesa espírita não é material, mas espiritual. A evocação não é um rito, mas um convite. Antes de sentar à mesa os convites já foram feitos, pois basta pensarmos num espírito para o evocarmos. Ele atende ou não ao nosso convite, pois é livre e não está submetido a nenhum poder humano. Mas o pão que pomos sobre a mesa é o pão espiritual da prece, que será partido e servido na hora da doutrinação.

É precisamente o que se passa na mesa simples, sem aparatos, de uma verdadeira sessão mediúnica. A cor da toalha pouco importa. A cor branca não interessa mais ao ato mediúnico do que a vermelha ou a preta. A pureza exigida é apenas a das intenções. Os convivas estão ao redor e não são conhecidos. Surgem da estrada, na penumbra do crepúsculo, como estranhos. Mas no momento de partir o pão eles se revelam. Feita a prece simples de abertura dos trabalhos podemos ver, pela maneira deles partirem o pão, quem são eles. Iniciamos então a conversação necessária e logo depois eles desaparecem como apareceram, retornando ao invisível, no seio da noite.

(J.Herculano Pires, “Mediunidade”, pp. 49-50)