O fenômeno mediúnico na história

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Mas não são apenas os textos religiosos que nos oferecem fenômenos mediúnicos à meditação. Também os de natureza histórica o fazem. Desde remotas eras, dirigentes políticos ou militares governaram envolvidos com médiuns de várias faculdades, conhecidos por nomes diferentes em diferentes épocas e locais: adivinhos, pitonisas, áugures, profetas, videntes, feiticeiros, magos e tantos outros.

Na Babilônia, governantes e sacerdotes entendiam-se para interpretar e traduzir em ação política a vontade dos guias espirituais da nacionalidade. Coisa semelhante ocorreu no Egito. Quando os próprios Faraós não eram iniciados nos mistérios sagrados da mediunidade – o que ocorria com frequência – tinham à sua disposição seus médiuns para consultar os espíritos nos problemas de maior gravidade.

Na Grécia, governantes, pensadores e o povo em geral consultavam os oráculos, onde as pitonisas respondiam, em transe, às perguntas formuladas pelos consulentes e interpretadas pelos sacerdotes. Certa vez, quando alguém perguntou ao oráculo quem era o maior homem da Grécia, os espíritos surpreenderam muita gente, dizendo que era um certo Sócrates, ao saber da opinião dos Espíritos a seu respeito, Sócrates comentou que disseram isso apenas porque ele era dos poucos que admitiam sua própria ignorância). Aliás, Sócrates também era médium, como se sabe. E convicto reencarnacionista.

Alexandre da Macedônia levava consigo, nas suas campanhas, os seus próprios médiuns e os consultava com frequência. Depois de haver conquistado quase todo o mundo conhecido na época, os espíritos parece que acharam que era demais e lhe mandaram um recado dramático. O médium saltou para cima de um couro cru, cheio de altos e baixos e explicou que Alexandre não iria poder controlar todo o seu imenso império, pois quando pisasse numa dobra para fazê-la assentar, outra subia, ali à frente. Se corria para um lado, o couro levanta-se de outro. Foi exatamente o que começou a acontecer. Pouco depois de ter ele morrido, aos 33 anos de idade, seu império fragmentou-se em tantos pedaços quantos eram seus ambiciosos generais e prepostos. 

Os Césares consultavam também seus médiuns nos momentos de crise. O leitor deve estar lembrando de que o assassinato de Júlio César foi previsto mediunicamente com a antecedência necessária, por um adivinho, diz Will Durant no seu livro Cesar and Christ.

‘Agnóstico, mas não livre de superstições – como diz Durant – César acreditou desacreditando na previsão do médium. Ao encontrar-se com ele na rua, quando se dirigia ao Senado, momentos antes do assassinato, ele ainda zombou do homem: ‘Você disse que tivesse cuidado com os idos de março e já estamos nos idos de março…’ ‘Espere – disse o médium – que ainda estamos nos idos de março…’

E assim foi. As consequências foram dramáticas para Roma e, conseguintemente, para o mundo.

– O assassinato de César – escreve Durant – foi uma das grandes tragédias da história.

A intensa atividade espiritual nos bastidores da história brasileira está em Brasil coração do mundo pátria do Evangelho, em relato de Humberto de Campos, e psicografia de Francisco Cândido Xavier.

(Hermínio C. Miranda, O que é fenômeno mediúnico. São Bernardo do Campo, SP: Ed. Espírita Correio Fraterno, 3ª ed., 1995, pp. 58-60)

Mediunismo e Animismo

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Como ficou dito alhures, não é nosso objetivo e nem seria possível esgotar o tema do fenômeno mediúnico nas modestas dimensões e pretensões deste livrinho, que se propõe a ser apenas um texto destinado a provocar no leitor o desejo e a disposição de aprofundar mais o exame de tão fascinante material de estudo.

Parece oportuno, contudo, discutir a esta altura, um aspecto que, de propósito, não quisemos tratar logo de início. Vamos a ele.

Ao examinar a estrutura do fenômeno mediúnico, distinguimos nele três componentes básicos: 1) os espíritos; 2) o médium; e 3) os seres humano encarnados. Ora, acontece que o ser humano, mesmo encarnado, é também um espírito e se o espírito desencarnado pode produzir um fenômeno, o encarnado também deve poder produzi-lo. E isso é verdadeiro.

Por exemplo, se uma pessoa (encarnada) consegue adivinhar em que sequência vão sair as cartas de um baralho Zener, o fenômeno não tem usualmente um fator ou componente mediúnico, ou seja, não há interferência de espíritos desencarnados na produção do fenômeno. É o próprio espírito da pessoa que, por um mecanismo, ainda não muito bem conhecido, consegue saber de alguma forma, que cartas vão sair e em que ordem, mesmo que embaralhadas mecanicamente, sem que ninguém as veja ou toque.

Há pessoas, ainda, que conseguem movimentar, sem tocar, pequenos objetos ou influenciar pelo poder da mente, para que uma gota d’água, caindo no vácuo, rigorosamente sobre o fio de uma lâmina, seja dirigida para um lado ou para outro. Também aí não há necessariamente interferência de seres desencarnados.

Como a Doutrina Espírita caracteriza como alma (anima, em latim) o espírito encarnado, adotou-se para esse tipo de fenômeno, no qual não há participação de desencarnados, a expressão fenômeno anímico, isto é, produzido pela alma, ou espírito encarnado.

O esquema básico pode e deve continuar o mesmo: 1) espírito; 2) médium; e 3) ser encarnado. Teremos apenas de reinterpretá-lo para entender que, neste caso, o ser encarnado é médium de seu próprio espírito.  

(Hermínio C. Miranda, O que é fenômeno mediúnico. São Bernardo do Campo, SP: Ed. Espírita Correio Fraterno, 3ª ed., 1995, pp. 82-83)

Mediunidade

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Mas não acertamos ainda um modo de compreender o termo mediúnico. Que é isso?

Para que isso aconteça, temos de fazer um pouco de ginástica mental, o que, aliás, é muito bom para saúde da inteligência, assim como o exercício físico é bom para a saúde do corpo.

Mediúnico é uma palavra derivada de médium. Apesar do jeito meio latinizado da palavra, até eu sei que médium é algo que fica no meio, da mesma forma que média (aritmética ou geométrica) é uma certa grandeza que fica situada entre dois números extremos de uma série. Por exemplo: se a temperatura num determinado dia variou de 10 graus e a máxima de 20 graus, posso dizer que a temperatura média do dia foi de 15 graus. Certo?

O médium é, portanto, um intermediário, alguém que ‘fica no meio’ entre duas posições. Allan Kardec é que propôs a utilização da palavra, bem como de outras, como espírita, Espiritismo, perispírito, agênere, etc, porque entendia ele, acertadamente, a meu ver, que para designar coisas novas, precisamos de palavras novas e o Espiritismo era algo novo que ele estava explicando, tal como os Espíritos explicavam a ele.

Por isso, chamou ele de médium à ‘pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os homens’. É o que se lê em O Livro dos Médiuns, no capítulo XXXII, ao qual intitulou Vocabulário Espírita.

Pela definição proposta por Allan Kardec, e prontamente adotada, observamos que há três aspectos distintos no conceito de mediunidade, ou seja, na faculdade de que dispõem os médiuns: 1) os Espíritos; 2) o médium; e 3) os seres humanos encarnados.

É o médium, portanto, que serve de elemento de ligação entre os Espíritos (desencarnados) e as pessoas (encarnadas), funcionando como intermediário entre um lado e outro da vida. Os Espíritos precisam dele para se comunicar com as pessoas e nós que aqui estamos nesta última condição, de encarnados, precisamos deles para ver, ouvir, conversar com eles ou receber outras formas de mensagens de amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos desencarnados.

Na verdade, espíritos somos todos nós, tanto faz estarmos encarnados ou não, mas costumamos chamar de espíritos aos desencarnados.

Os corpos físicos são apenas instrumentos de trabalho que as leis naturais nos concedem por alguns anos. São máquinas de viver na Terra, da mesma forma que você tem de vestir um escafandro para descer ao fundo do mar ou uma roupa de astronauta para viajar numa nave espacial.

Antes da formação do corpo, durante os nove meses da gestação em nossas mães, já éramos espíritos. Somos espíritos enquanto estamos morando nesse corpo físico e continuaremos a ser espíritos depois que, abandonando como imprestável ao uso para o qual foi formado, o corpo morre e decompõe-se. Em suma: o corpo é uma residência provisória do espírito imortal. Por isso, ninguém deveria confundir a casa onde mora com a personalidade e a individualidade dos que moram nela. No entanto, muita gente fina faz essa confusão.

Acontece que, enquanto estamos encarnados, não vemos os espíritos. E é por isso que muita gente acha que eles nem existam, pois há os que somente acreditam naquilo que podem ver, pegar, cheirar, etc. E não vemos, porque nem todos dispomos de condições apropriadas, de faculdades mediúnicas, ou melhor ainda, nem todos somos médiuns suficientemente treinados para ver ou servir de intermediários entre espíritos e pessoas encarnadas. Daí a definição proposta por Allan Kardec, ou seja: médium é a ‘pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens’.

Consequentemente, fenômeno mediúnico é uma ocorrência natural, um fato ou evento observável, por meio do qual os espíritos desencarnados se comunicam com as pessoas encarnadas, utilizando-se de um médium, ou seja, de uma pessoa dotada de faculdades especiais suficientemente desenvolvidas para servir de instrumento de ligação, a fim de que o fenômeno possa ocorrer. Da mesma forma que o telefone, o rádio ou a TV são instrumentos de comunicação entre os encarnados. (A TV, às vezes, até apresenta ‘fantasmas’…).

Chama-se mediunidade a faculdade especial do ser humano encarnado através da qual se produz o fenômeno mediúnico. Acontece, porém, que a mediunidade se apresenta sob muitas maneiras, em diferentes pessoas ou de várias maneiras na mesma pessoa.

– Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos – escreveu Kardec em O Livro dos Médiuns, capítulo XIV – é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao ser humano; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.   

Raras são as pessoas que não tenham alguma faculdade, pelo menos em estado latente, o que significa dizer que, em princípio, todos somos médiuns, com maior ou menor intensidade e desenvolvimento.

(Hermínio C. Miranda, O que é fenômeno mediúnico. São Bernardo do Campo, SP: Ed. Espírita Correio Fraterno, 3ª ed., 1995, pp. 13-15)

O fenômeno mediúnico

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O único problema que vejo nesta conversa inicial é o de que todos nós costumamos achar que fenômeno é tudo quanto é extraordinário, raro, surpreendente, maravilhoso, prodigioso e até sobrenatural. Uma criança superinteligente é considerada um fenômeno, tal como grande atleta ou uma mulher excepcionalmente bonita (ou feia demais). É certo que a palavra tem também esse sentido, como se pode ver nos dicionários. Na verdade, porém, tudo quanto acontece ou pode ser observado é um fenômeno: a chuva é um fenômeno, o por do sol, o calor, o frio, o crescimento das plantas, o nascimento das crianças, a morte, a vida, a dor, a alegria … tudo é fenômeno. Qualquer fato ou evento que possamos observar é um fenômeno, pois a palavra nas suas origens gregas, quer dizer algo que aparece ou que se mostra.

Segundo Pierre Teilhard de Chardin, pensador e cientista jesuíta, o próprio ser humano é um fenômeno da natureza e, por isso, ao escrever um dos seus livros mais importantes, deu-lhe o título expressivo de O fenômeno humano (Ed. Herder, 1970).

Muita gente acha até que certos fenômenos são naturais e outros são sobrenaturais, o que está completamente fora de propósito. Como vimos, o fenômeno é um fato concreto ou um acontecimento que podemos observar, ou que se mostra à gente. Logicamente, ele tem de acontecer em algum lugar e tempo e de acordo com as leis da natureza dentro do ambiente em que vivemos, à nossa volta, com as coisas que nos são familiares. Como poderia acontecer alguma coisa fora das leis naturais? Ou em desacordo com elas? Se aconteceu, se é um fato, se pudemos observar, então é porque é natural, está regulado por leis naturais, ainda que não as conheçamos e, portanto, constitui um fenômeno natural.

O fenômeno mediúnico é, portanto, um fenômeno natural, como qualquer outro.

(Hermínio C. Miranda, O que é fenômeno mediúnico. São Bernardo do Campo, SP: Ed. Espírita Correio Fraterno, 3ª ed., 1995, pp. 11-12)

A Reunião Mediúnica

Van Gogh. Comedores de batatas, 1885.

A Casa Espírita, que reconhecemos aqui como lugar que se organiza em torno do estudo e da aplicação do Doutrina Espírita, à luz da Codificação trazida a nós por Allan Kardec, possui campo para diversas atividades.

Palestras públicas, grupos de estudos, assistência social, eventos comunitários etc. fazem parte do universo de iniciativas de um Centro Espírita. Quando tratamos de grande público, não devemos incluir ações especializadas, que precisem de rigor e prévio conhecimento doutrinário, nem assim exigir dos frequentadores. Se quisermos tratar de um estudo científico, por exemplo, será demais para o grande público acompanhar os raciocínios e elaborações dos palestrantes. Possível é, mas se adequa melhor a grupos de estudos especializados, já devidamente inseridos no campo de discussões avançadas.

Semelhante cautela podemos encontrar nas tarefas mediúnicas, porque há certos cuidados para garantir o êxito em sua execução, atendendo ao princípio da caridade, mas nunca abrindo mão das diretrizes da Codificação e da disciplina que deve cercar esse tipo de reunião.

As normas gerais para as reuniões mediúnicas são simples:
1-Privacidade;
2-Horário, duração e frequência definidos;
3-Preparo de seus participantes (doutrinário e evangélico);
4-Assiduidade da equipe.

A privacidade recomendada para a reunião mediúnica se refere a respeitar a seriedade das tarefas que propõe, porque o sofrimento não deve ser um espetáculo público, nem a dor dos frequentadores encarnados que ali acorrem, nem mesmo os quadros de pesar dos irmãos desencarnados que participam e às vezes dialogam com a equipe de orientadores.  O espírito merece ser acolhido em um ambiente de caridade e respeito, que ofereça escuta sem julgamentos prévios, mas com a determinação de esclarecer com amor, propondo renovação de pensamentos, sentimentos e vontades.

A disciplina é eixo fundamental das tarefas mediúnicas, envolvendo regularidade de  atividades, com horários, dias e equipes definidas. A reunião mediúnica pode ter duração fixa de uma hora, hora e meia e até de duas horas, em dias certos na semana. A reunião conta com o apoio da espiritualidade, que tem muito trabalho a fazer, assim não estará a disposição para prorrogações desnecessárias de atividades, nem para ações inúteis ou vazias de fins caritativos. Às vezes a disponibilidade e a vontade do trabalhador em auxiliar são grandes, mas podem ser compartilhadas com outras iniciativas da Casa Espírita, como doação de seu tempo para reuniões públicas de divulgação doutrinária, trabalhos de passe, grupos de assistência. Discussão de assuntos gerais, corriqueiros e administrativos da instituição devem ter espaço próprio, não se confundindo com os momentos de assistência amparados pela espiritualidade.

O preparo dos participantes envolve não somente a equipe de trabalhadores da reunião mediúnica, como dirigentes, orientadores, médiuns de comunicação, e de sustentação, como também a assistência. O público que ali assiste também participa da reunião mediúnica e não pode ser leigo e desinformado a respeito da Doutrina Espírita fundamentada na Codificação organizada por Kardec. Por quê? Porque a reunião mediúnica é um momento de partilha de sentimentos, pensamentos, fluidos e energias, um todo em que contribuem os que ali acorrem, desencarnados ou encarnados. Curiosidade, displicência ou ceticismo, por exemplo, são posturas que não contribuem para a evolução de uma reunião mediúnica séria e de objetivos elevados. Lembramos que o Centro Espírita deve propiciar diferentes oportunidades para o público em geral, como palestras públicas, cursos de introdução à Doutrina, grupos de Evangelização Infantil, mocidade, eventos sociais de cunho caritativo, não se pautando única e exclusivamente nos fenômenos medianímicos e nem deles se utilizando como mero chamariz ou espetáculo.

O item disciplina é importantíssimo para os que abraçam funções na reunião mediúnica, devendo se respeitar a frequência nos dias e horários determinados, atendo-se rigorosamente ao período de duração das reuniões, porque a espiritualidade não fica à disposição a todo momento. Tarefas específicas exigem trabalhadores adequadamente preparados, assim ocorre no plano terreno como no espiritual. O campo de proteção invisível também é um trabalho da espiritualidade, sustentado pelos obreiros terrenos, mesmo fora do alcance visual ou de compreensão de muitos, mas é fator de garantia de ambiente propício ao êxito da tarefa.

Some-se a essas instruções o processo de educação do Centro Espírita, que deve promover cursos regulares sobre as obras da Codificação, também grupos de estudos específicos, contemplando além de aspectos mediúnicos, filosóficos e científicos.
Não nos esqueçamos que a reunião mediúnica é um dos muitos trabalhos a serem desenvolvidos pelo Centro Espírita, devendo se somar a ações de caridade, que podem envolver lides específicas, tais como manter um casa de assistência ou asilo, como também efetuar atividades regulares de auxílio ao povo de rua, visitas a favelas, orfanatos, presídios, hospitais.
Para quem tiver interesse em se aprofundar sobre o estudo do tema, recomendo, além da leitura do Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, as obras: “Desobsessão”, de André Luiz, psicografia do nosso Chico Xavier; “O Centro Espírita” e “Mediunidade”, de J. Herculano Pires; e “Diretrizes de Segurança”, de Raul Teixeira e Divaldo P.  Franco.

Boa leitura e vibrações de luz para todos.

Terezinha Oliveira

(Fonte: Site do CEAK)

Na última quarta-feira, 28/8/13, retornou à pátria espiritual a médium e escritora Therezinha Oliveira.

Dirigente do Centro Espírita Allan Kardec, em Campinas, dedicou mais de 50 anos de sua vida à divulgação da Doutrina Espírita, tendo ministrado inúmeras aulas, palestras, cursos e seminários no Brasil e nos EUA.

Em nota, o site do Centro Espírita Allan Kardec dedicou a Therezinha: “[…] é hora de lembrarmos da Therezinha amiga e trabalhadora espírita, com serenidade e paz, envolvendo-a com pensamentos de amor e gratidão pela vida dedicada à divulgação das verdades espirituais, com simplicidade, clareza, coragem, disposição e alegria […]”.

Therezinha escreveu dezenas de livros, entre eles “A Doutrina e o Movimento”, “Na Luz do Evangelho”, “Parábolas que Jesus Contou” a coleção de obras  “Estudos e Cursos”, dentre outras. Um de seus últimos escritos foi “Na Luz da Reencarnação, A Vida é sempre vida”.

Abaixo trechos de seus vídeos:

[vimeo http://vimeo.com/10645199]
 
[youtube=http://youtu.be/rx6Skv8TxYo]

A questão das materializações e da percepção medianímica

Materialização

SAULO – Pois parece, podemos dizer ao telespectador, que uma etapa do mundo israelita aqui está presente. É o professor Beni, que, em nome deste grupo de São Paulo, formula a sua pergunta. Ele tem um pouco de sotaque, porque não se trata de brasileiro.

PROFESSOR BENI – Tenho grande prazer de estar aqui, porque me interesso muito pelo estudo do espiritismo, não?
Gostaria de saber, eu fui convidado por umas pessoas do professor Herculano Pires para assistir um trabalho de materialização, e eu cumpri as recomendações que me foram concedidas previamente. Eu presenciei alguma coisa, vi algo lá, não me lembro, aqui num bairro de São Paulo. A pessoa que foi comigo, uma outra pessoa israelita, eu vi tudo isto lá, e ele me disse que não viu, absolutamente, e me acusou de mistificador.
Eu gostaria de saber porque que eu vi esta manifestação, e esta pessoa não viu?

ALMIR – Entendeu, Chico? Ele participou de uma sessão de fenômenos de materialização, ele assistiu, viu as pessoas, viu os espíritos se materializarem, e o amigo não viu, e o amigo então o tachou de embusteiro, de mistificador. Ele quer saber porque em sessões desta natureza, algumas pessoas podem observar a verificação destes fenômenos, e outras não?

CHICO XAVIER – Cremos que o problema estará filiado à sensibilidade visual do ponto-de-vista psíquico, de nosso amigo, porque muitas vezes temos ido pessoalmente a reuniões, verificamos a presença de determinadas entidades, que muitos amigos não as vêem. Acreditamos que o nosso amigo é portador do que nós chamamos clarividência mediúnica, talvez não muito desenvolvida, por enquanto, mas suscetível de encontrar um grau muito elevado de evolução, propiciando a ele mesmo ensinamentos muito grandes e lições que serão para ele verdadeiras bênçãos da espiritualidade superior.

(F.C.Xavier, “Dos Hippies aos Problemas do Mundo”. São Paulo: LAKE, 4ª.ed, 2003, pp. 78-79)

Comentário:
O texto acima é um fragmento da entrevista de Chico Xavier que deu vez à sua segunda participação no programa “Pinga-Fogo”, da TV Tupi, Canal 4 de São Paulo, que foi ao ar em 20/12/1971.
A respeito dos fenômenos de materialização, lembramos que semelhante evento é de extrema raridade.
Em primeiro lugar, a pouco ocorrência se deve à enorme quantidade de recursos da espiritualidade que se precisa reunir para realizar o fenômeno.
Em segundo lugar, todo fenômeno de materialização exige, além do médium adequado, recursos da espiritualidade e do grupo, que lhe permitam consumar-se. Não basta o interesse do grupo e a presença do medianeiro adequado, mister se fará criar as condições fluídicas e vibratórias propícias ao evento e o devido apoio espiritual.
Vale lembrar que há de prevalecer sempre a utilidade do fenômeno na senda do bem e a moralidade elevada em toda tarefa espiritual séria.

Conhecemos vários casos relevantes, como as materializações de Irmã Josefa, de Katie King e do cavalheiro com a tabaqueira, este citado por Kardec na “Revista Espírita”, em sua edições de março de 1859 e em maio de 1861.
Para melhor ilustrar o comentário, reproduzo trecho de artigo do sítio Lampadário Espírita:
Alexandre Aksakof, na obra “Um Caso de Desmaterialização Parcial do corpo dum Médium”, define como três as espécies de materializações:
1º – Materialização invisível – que envolve movimentos de objetos e sensações de contacto que se experimenta nas sessões e que se atribui a uma mão invisível;
2º – Materialização visível e tangível – aparição de forma parcial e incompleta de mãos, cabeças, etc.

3º – Materialização completa – de uma forma humana completamente visível e tangível que, para a vista comum, não difere em nada de um corpo humano vivo. É o fenômeno mais elevado da materialização, durante o qual o médium acha-se geralmente em transe (sono magnético).
Aksakof vai mais além, afirmando que toda materialização necessita de uma desmaterialização correspondente do médium. Daí, as vezes, o Espírito materializado apresentar semelhança com o médium.
O que se verificou com o Espírito Katie King e a médium que lhe cedia os necessários fluidos de materialização, Florence Cook.