Carnaval outra vez

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O carnaval é uma festa que remonta aos ritos pagãos da antiguidade, como as saturnais, em que os antigos romanos celebravam o deus Pã.
A festa invoca a alegria, o desregramento, o abuso, por vezes entremeado por máscaras, fantasias, desejos e prazeres, tão imediatos quanto efêmeros.
As tradições europeias celebram o período como a invocação de costumes de uma nobreza já remota, de tempos em que o luxo de suas máscaras celebrava o status da corte e do poder de seus monarcas, à margem dos desassistidos que os contemplavam, infelizes submetidos ao antagonismo da miséria e de toda sorte de exclusões.
O carnaval brasileiro representa no Século XXI parte de uma grande indústria de entretenimento, alçado à condição de patrimônio cultural, um atrativo turístico internacional, e ainda relevante vetor econômico e midiático, face aos empregos que gera e às cifras que escala a cada ano.
Se, por um lado, no carnaval há aspectos econômicos, culturais e de lazer, por outro, grassa a liberalidade de um período de inferiorização moral, onde a qualidade dos eventos, da dança e dos muitos artistas talentosos, também coincide com os excessos de toda sorte, em que os extremos atraem e arrastam multidões.
De fato toda análise comporta diferentes perspectivas, mas, enquanto espíritas, importa considerarmos quanto o clima dessa festividade serve como porta aberta para o desapreço da moral, do respeito e da educação, facilitando as influências de falanges de desencarnados ainda em sofrimento e afinados aos vícios e aos excessos partilhados com os encarnados, que tanto reverberam em dores e desenganos. A permissividade infeliz aproxima a humanidade dos apetites animais, retardando sua elevação para condições mais luminosas e meritórias de existência.

Observemos quantos se abstém dos excessos destes dias de festa, buscando recolhimento e meditação, alternativas saudáveis para não ceder ao comportamento de manada.
Assim sempre temos a opção de outros modos de diversão, em que não sejam regra os excessos ou a violência, nem o ofuscar dos sentidos em prol dos vícios e de seus dissabores.

O dirigente espírita

Alexandre Lima

(Pixabay)(Reprodução)

 

A Doutrina Espírita está assentada na moral cristã, na ciência dos fenômenos do espírito e na religião descrita e norteada pela obra de Allan Kardec.

A religião espírita tem como lumiar a Codificação kardequiana, conjunto de obras inspiradas nos Evangelhos e que trazem as premissas de moral, de ciência e de religião que cumpre às Casas Espíritas preservar e divulgar.

Como se tratam de lugares erguidos para uma religião baseada na simplicidade, em que não existem sacerdotes, rituais, sacramentos ou dogmas, as Casas Espíritas têm como papel  propagar a Codificação, o que preconiza exercer atividades de esclarecimento e de doação caritativa, em que o maior de seus valores é imitar Jesus em suas ações de amor ao próximo, de perdão e de consolo aos que sofrem. 

O ponto comum entre as Casas Espíritas não é o mobiliário, nem o uso de tecnologias, nem a estrutura pedagógica de seus cursos, ou ainda a ausência de altares e de ídolos, mas a permanente busca pela capacidade de acolher os simples, consolar os humildes, atendendo os que têm sede de justiça, de verdade, de adiantamento moral e de progresso. Neste sentido, as pessoas que têm papel de liderança nas Casas Espíritas precisam exercer seu trabalho com amor, desprendimento, clareza e simplicidade na transmissão do espiritismo e da verdade espiritual.

O dirigente espírita é uma pessoa comum, a quem cabe uma parcela de responsabilidade dentro da Casa Espírita. Em geral, trata-se de alguém com um pouco mais de esclarecimento doutrinário que os frenquentadores, o que nunca pode ser confundido com uma autoridade religiosa ou sacerdote. Como é uma pessoa encarnada em um mundo ainda de provas e de expiações, trata-se de alguém suscetível a falhas e erros, em aprendizado, apenas acumulando uma posição de temporária liderança, e que deverá prestar contas por seus desacertos e equívocos.

Os esforços dos dirigentes não devem ser para demonstrar sua cultura e erudição, mas antes para acolher os que sofrem, contribuindo para que eles possam seguir com perseverança rumo à fraternidade e ao amor de Deus.

O papel do dirigente espírita é propagar a Codificação, divulgando-a e buscando aplicar suas lições ao dia-a-dia, através de atitudes cristãs, ensinando muito mais através de sua conduta, de bons exemplos, do que pela qualidade de seu discurso ou pelo rótulo de seu cargo.

A responsabilidade do dirigente espírita lhe impõe maior disciplina, em que o cediço do orgulho e da vaidade não podem encontrar espaço em sua conduta.

Todo aquele que lidera em uma Casa Espírita se assenta em posição de maior evidência, que não deve alimentar mazelas morais, como o narcisismo e o culto a sua pessoa em prejuízo dos valores elevados que a Doutrina Espírita deve perpetuar. O dirigente não pode ser confundido com um messias.

É indispensável o aprendizado dos princípios do Evangelho, bem como do estudo da Codificação, construindo um olhar ponderado quanto a todos aqueles a quem cabe chefiar e liderar as tarefas na Casa Espírita, sempre em prol da divulgação da espiritualidade e da evolução moral, nunca nos esquecendo as lições de Jesus, que em suas atitudes demonstrava não estar no mundo para ser servido, mas para servir.

A política à luz da lei de sociedade

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Aristóteles define a política como a ciência do exercício da ética e da busca da felicidade coletiva da pólis. O filósofo grego reconhece que nas comunidades, como nas famílias, as pessoas têm diferentes papéis, mas suas relações devem coexistir de forma harmônica. O legado de Aristóteles reverbera no espiritismo.

O Livro dos Espíritos (1857), obra seminal de Allan Kardec, nas questões de número 766 a 775, aborda a chamada Lei de Sociedade. No breve capítulo, o codificador apresenta as considerações dos espíritos, que afirmam ser imprescindível para a evolução espiritual a vida em sociedade, legado divino para a evolução moral tanto individual quanto coletiva, em que os relacionamentos humanos se contrapõem aos estilos de vida de isolamento, de silêncio e de ociosidade. Aprender a se relacionar com o outro é um traço incontornável da evolução social e espiritual.

Quando refletimos sobre as três revelações, as grandes premissas morais da humanidade, notamos paralelo com o processo de evolução das sociedades. Importa lembrar que o primeiro ordenamento moral para a Doutrina Espírita vem do Decálogo de Moisés, apresentando princípios de relacionamento entre o homem e Deus, e entre o homem e seus iguais, esclarecendo sobre a necessidade de se nortear a vida pelo respeito a Deus e suas leis, e à sanidade moral nas relações em família e em sociedade. Honrar os pais, não matar, não roubar são alguns dos princípios tão importantes como nutrir o amor divino. As lições de Jesus deram novo olhar aos princípios mosaicos, sintetizados no amor a Deus e ao próximo, que, em lugar de restringir, ampliam a acepção do amor para níveis mais universais. A Codificação veio reforçar as bases mosaicas e cristãs, trazendo atualidade às palavras de Jesus, afirmando a potência de seu discurso para a humanidade despertar para a consistência da vida moral, lições  expostas em suas mensagens, como da vida ultrapassando a limitação da experiência material. Os relatos dos espíritos, irmãos nossos em outra esfera de existência, traduzem os efeitos de suas experiências na vida corpórea, muitas  vezes submetidas a dores ante seus equívocos e desatinos morais. 

Não é possível conceber o exercício do amor ao próximo sem a abertura humana à construção de relacionamentos de qualidade com o outro e com a sociedade. Amar ao próximo não se limita em nutrirmos afeição aos nossos familiares ou aos nossos iguais, mas nos exige crescimento para adotarmos a tolerância com todos, inclusive com os que divergem de nossas opiniões.

É uma necessidade humana aprender a amar e viver coletivamente, seja em família, em comunidade, em sociedade, em uma nação ou em um planeta, e esse modo coletivo de vida é fortalecido pelo exercício saudável de princípios éticos e de trabalho consistente pelo bem comum. A vida amadurecida em comunidade exige ultrapassar a separação por bandeiras ou ideologias. Utilizar os princípios mosaicos, cristãos ou espíritas para justificar preconceitos e ações violentas contra os que pensam diferente é se diminuir moralmente e se omitir diante da premissa maior do necessário exercício do amor apregoado pelas principais religiões do planeta. Moisés sofreu por seu povo no Egito, Jesus padeceu ante o império romano, Kardec amargou o antagonismo de seus detratores. A história ensina que as crenças frágeis e seus agentes perecem, como os falsos ídolos, que sempre ruíram ao longo das gerações, mas prevalecem os defensores da verdade das leis divinas, que são incontestáveis e perenes.

As relações sociais estão transpassadas pela política, não as simples denominações partidárias, mas o trato ético entre os cidadãos, em bases legais e republicanas, em que o bem comum deve nortear o estado, suas ações e instituições.

A intolerância é o veneno dos relacionamentos pessoais e sociais, chaga que gera a violência e mina a evolução moral individual e coletiva, retardando a transformação planetária e prestando serviço apenas aos que se nutrem do atraso em suas mais diferentes máscaras. 

Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira

MENSAGEM AO LEITOR

Salmo 70:

16 Apresentarei os feitos do Senhor Deus, evocarei tua justiça, que é somente tua.

17 Ó Deus, tu me instruíste desde a juventude, e até hoje proclamei teus prodígios.

18 Agora, na velhice e de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, até eu anunciar aos 

descendentes os feitos de teu braço, e às gerações vindouras teu poder!

19 Tua justiça, ó Deus, eleva-se até aos céus. Realizaste coisas grandiosas: quem como tu, 

ó Deus?

20 Tu, que me fizeste experimentar perigos múltiplos e graves, de novo me farás viver; das 

profundezas da terra me levantarás outra vez.

21 Aumentarás minha dignidade e de novo me confortarás.

22 Por isso, ao som da harpa, te darei graças, meu Deus, por tua fidelidade; cantarei para 

ti ao som da cítara, ó Santo de Israel.

23 Ao cantar em tua honra exultarão de alegria meus lábios e minha alma, que resgataste;

24 todos os dias, minha língua proclamará tua justiça, porque se cobriram de vexame e 

ignomínia os que procuravam minha desgraça.

 

Querido irmão leitor, a quem muito devemos pelas preces de amor e respeito a nós  endereçadas, muitas delas desde as primeiras mensagens dirigidas a nossa família carnal.

Há muito queríamos escrever esta cartinha a quem vem todo esse longo tempo nos acompanhando, livro por livro, e vibrando com as nossas conquistas. Chegou o dia de abrir  o nosso coração, ultimamente chagado de tristeza e vergonha, pois mesmo já desencarnado  não estamos distante de disse-me-disse e de mentiras, muitas delas muito graves, pois  tentam interromper nossa tarefa, que não é tão grande quanto a de outros importantes e  respeitados Espíritos que trabalham nas fileiras Espiritistas. Porém, mesmo não sendo um  astro de esplendor divino, somos uma estrelinha escolhida por Jesus para brilhar, nem que  seja com mínima luz, junto àquele que necessita.

Você, leitor amigo, deve estar perguntando: onde o Luiz Sérgio quer chegar? E tem razão. 

Hoje chegou a hora de responder às milhares de cartas que indagam: você está escrevendo com outros médiuns, Luiz Sérgio?

Antes, vamos recordar o livro O mundo que eu encontrei, psicografado por nossa prima  Alayde. Depois, junto com a Lúcia, a Alayde psicografou Intercâmbio. Como a Alayde já  havia completado sua tarefa como médium, a doença a levou a parar. Nesse tempo, porém,  fomos chamados a iniciar um trabalho sério e perigoso, no qual teríamos grandes  adversários das trevas, os quais tudo fariam para não nos deixar ir até o fim. Fomos  informados também de que, dado o nosso linguajar de jovem e as narrações bem fortes,  ”doutores da lei” não aceitariam nossos livros, ou melhor, nosso novo modo de narrar os  fatos. Assim, nós, Luiz Sérgio, e a médium Irene Pacheco Machado fomos convidados para  a árdua tarefa de trabalhar junto a traficantes e drogados e ficamos um pouco assustados. 

Nós, Luiz Sérgio, pensamos em correr, desistindo, alegando imaturidade.

Para quem não conhece Irene, ela é uma médium que iniciou sua mediunidade sem correr  atrás de grupos mediúnicos, porque os Espíritos foram até seu lar e a prepararam, assim  como a toda a sua família, não para se tornar mais uma médium, isso não. Irene recebeu,  através de suas mãos, as instruções doutrinárias, os livros para estudar, e estes livros foram  todos aqueles que devem ser leitura obrigatória para quem quer adentrar a Doutrina  Espírita. Quando chegamos até Irene, ela passava noites e noites estudando as obras básicas e aproveitamos para fazer o mesmo, junto a  Espíritos nos quais ela colocou pseudônimo, pois eram por demais respeitados na Doutrina,  porque não queria que ninguém julgasse que desejava só aparecer, por pensar que assim  procede quem não tem respeito nem conhece a beleza dos ensinos doutrinários.

Demoramos, preparando-nos para o novo trabalho. Em desdobramento, Irene acompanhava os Raiozinhos de Sol em ajuda aos dependentes químicos. Foi um início difícil, pois ela era dona de casa, desconhecendo totalmente o terrível mundo da droga. Mesmo vivendo nesses  dois mundos, ela nada contava, nem ao seu marido. Era algo muito importante para todos  nós, que iniciamos um trabalho único na seara espírita.

Muito depois de ficarmos amigos é que ”mudamos” para o lar dos Machados, onde estava  iniciando-se um grupo espírita. Irene estudava Deus na Natureza, de Flammarion, e os  livros de Paul Gibier e de outros Espíritos e, com Lázaro, O Livro dos Espíritos, letra por  letra. E a frequência à casa de Irene aumentava, pois muitos a buscavam para receber  consolo. Foi quando Lázaro a mandou buscar um Centro Espírita respeitável, onde sua  mediunidade seria melhor analisada. E ela se foi, iniciando pelo ”jardim-de-infância”, em  nenhum momento deixando que percebessem que tinha grandes amigos, Espíritos de  grande conhecimento doutrinário a ajudá-la a conhecer melhor a Doutrina Espírita. 

Enquanto isso, iniciamos o livro Na Esperança de uma Nova Vida, que também Irene a ninguém contou que era de Luiz Sérgio, chegando mesmo a nos pedir para colocar  pseudônimo, o que irmã Celina, Espírito responsável pela psicografia, não autorizou. Irene  não queria escrever com Espírito já conhecido na Doutrina, e nós já tínhamos escrito três  volumes com os quais você, leitor, vibrou.

Irene relutava em mostrar o livro Na Esperança de uma Nova Vida. Um dia, depois de  muito tempo, ela o entregou a nossa mãe que, mesmo sem muita experiência para ”traduzir” a psicografia mecânica da médium, o fez por amor. Não tivemos dinheiro para  editá-lo, apesar de já termos três livros na praça, que não deram lucro, pois paga-se a  editora e o revendedor recebe cinquenta por cento do valor do livro. Para publicar nosso  livro, minha mãe teve de fazer um bazar. Todo o grupo da Casa Espírita Recanto de Maria,  o Rema, nessa época já registrado como Centro Espírita, teve de ajudar para arrecadar  dinheiro para a publicação. Assim, saiu o primeiro tiro contra as drogas que explodiu no  meio espírita. As críticas foram terríveis, pois falávamos de sexo, de drogas e usando gírias. 

Como o Vaticano, que ficou sempre longe do que estava se passando na sociedade,  ignorando a mudança que nela ocorria, os pseudo-espíritas também diziam que nossos  alertas eram fantasiosos. Confessamos que nos sentimos acuado e muito triste, mas Irene  dizia: ”Luiz Sérgio, temos uma tarefa e não podemos decepcionar os Espíritos que em nós  confiaram. Não me importo em não receber os aplausos dos encarnados, porém, quero ter a  consciência em paz de que jamais deixei um trabalho para trás por covardia. Não desejo ser  conhecida nem elogiada no meio espírita, isso nunca, sou apenas uma cooperadora de sua  obra. Seguro somente um lápis e fique sabendo, Luiz Sérgio, que jamais usarei seu nome  para ser bajulada. Sempre serei Irene e meu ideal é levantar a Casa de Maria junto a todos  os pedaços da alma de minha mentora, Francisca Theresa. Jamais sairei pelo Brasil ou irei a  um Centro Espírita fazendo propaganda de seus livros. Você, minha criança, nunca vai  precisar disso. Quem ama você, ama-o como você é, e quem não gosta do seu jeito jocoso de escrever não vai ler os seus livros apenas porque alguém fez propaganda deles. Ninguém é obrigado a comprar livro nenhum. Faça o seu trabalho, ou melhor, façamos o nosso  trabalho. As pedras, vamos transformá-las em alerta para melhorar cada vez mais, para  estudar cada vez mais, pois Doutrina Espírita é um curso eterno. Ninguém tem diploma de doutor em Espiritismo, nem ele, que o codificou com tanta sabedoria, Allan Kardec.”

Assim, ao lado da minha grande amiga, fomos nadando contra a correnteza e quanta dificuldade enfrentamos! Depois, outros livros foram editados, por mercê de nossos  queridos amigos do Rema, outros gratuitamente, por bondade de algumas autoridades.

A partir do livro Ninguém está Sozinho, Lázaro achou por bem a irmã Celina assumir a  orientação da psicografia da médium e criou uma equipe de revisão, composta de Espíritos e encarnados. Luiza Helena, uma irmã que acompanhou Irene desde o começo, foi escolhida para ”traduzir” sua psicografia mecânica, pois é tarefa muito difícil devido à velocidade da escrita, e este trabalho vem sendo realizado até hoje pela irmã. O grupo encarnado da psicografia chega a julgar que ela fez um ”cursinho” na espiritualidade, tal a facilidade com que realiza esta tarefa.

Entretanto, muitos fatos ocorreram. Por inexperiência, registraram a livraria ou editora  separadamente da Casa Espírita e isso causou à Casa de Maria vários contratempos, pois até hoje a Casa luta para se livrar desse grande erro cometido pelos encarregados na época dos livros. Depois, veio a quase falência da editora, pois quando o Dirceu, marido da Irene, foi ver quanto devia, era uma quantia enorme e o dinheiro que ele colocava do seu bolso não dava para salvar os livros. Ele vendeu dois terrenos da família para saldar os compromissos com nossos livros. Antes, porém, de Alayde e Lúcia passarem para o Rema os direitos autorais dos primeiros livros, minha mãe os ofereceu para um revendedor de  Brasília, para que ele editasse as nossas obras, e ele as recusou. Porém, Dirceu, Irene e todo o grupo do Rema tudo fizeram para não parar a nossa obra, não por vaidade, pois a médium compra e sempre comprou os livros que escreve. O único benefício que a médium Irene Pacheco Machado recebe é a ingratidão e as críticas desumanas, mas graças a Deus ela nem as percebe, pois vive em outro mundo, o mundo dos que não desejam aparecer.

Muitos hoje dizem que foram os nossos livros que levantaram o Rema. Sim, eles ajudaram,  mas quem fala isso não conhece a real verdade, por não ter participado da luta dos remistas, catando latinhas de alumínio para vender, fazendo almoços para muitas e muitas pessoas e o bazar considerado o mais bonito do Brasil. A Casa de Maria tornou-se uma escola de arte, na qual os seus trabalhadores não têm idade, pois tornaram-se grande artistas, até as crianças.

Por que estamos contando para você, leitor, nossa história? Porque chegamos a pensar em largar tudo, porém, quando nós e a médium fomos até o Departamento da Psicografia aqui do mundo espiritual, foram projetados filmes mostrando o bem que nossos livros haviam  feito a muitos e muitos jovens. Agora, nesta nossa conversa, queremos informar a você,  leitor amigo, que este Luiz Sérgio hoje não tem mais sobrenome, porque o tempo rasgou  nossa carteira de identidade. O sobrenome que carregamos, temo-lo no coração: a imagem plasmada de amor aos nossos pais, irmão e familiares. Sendo assim, torna-se difícil provar que só escrevemos pelas mãos da médium Irene Pacheco Machado. Acredite quem desejar  acreditar. Não temos como prová-lo; infelizmente, para os Espíritos o DNA não funciona,  mas hoje digo basta aos médiuns e editoras que usam o meu nome apenas para vender livro e se tornar conhecidos. No dia em que fomos chamados para trabalhar com os Raiozinhos  de Sol prometemos lealdade e se ficamos indo de ninho em ninho, colocando um ovo aqui, outro acolá, não completamos nossa obra, que não é pequena. Portanto, está na sua avaliação, leitor amigo, constatar se os livros escritos por outros médiuns são nossos ou não, mas eu. Luiz Sérgio, declaro categoricamente que não o são, pois nossa tarefa, na  psicografia, é exclusivamente com Irene. Nós afirmamos que um dia encontramos uma árvore chamada Recanto de Maria e nela abrigamos nosso Espírito, porque nessa árvore aprendemos o que é o amor, a humildade, a caridade e o valor do estudo. O que não está certo é o fato de muitas livrarias, ditas espíritas, estarem vendendo esses livros que não são nossos, e com títulos completamente antidoutrinários, pois em momento algum desejei glorificar um suposto ”novo” Deus nem jamais tive a pretensão, a suprema arrogância e prepotência de querer ”caminhar com a verdade”, porquanto a Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo esclarece: ”(…)ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta.”

Tenha certeza, leitor amigo, de que, após as portas da Universidade Maria de Nazaré terem-se aberto para nós, jamais retrogradaríamos, escrevendo livros de ”contos mediúnicos”, com historietas superficiais, repletas de clichês, nas quais os personagens das nossas outras obras são citados apenas para tentar dar autenticidade à fraude, sem o menor critério, não sabendo o quanto eles são respeitados na espiritualidade. Não, esses tais livros de ”contos mediúnicos” nunca foram escritos por nós, assim como também jamais usaríamos em texto de nossa autoria a palavra ”nosocômio” para designar hospital, e outras tantas.

Quando indagados por que não escrevemos mais com Irene, dizem que ela está decrépita ou com doença incurável. Que Espiritismo é esse? perguntamos. Será que Allan Kardec previu o que fariam com o Consolador prometido por Jesus; que, infelizmente, O Livro dos Médiuns seria muito pouco estudado nas Casas Espíritas? 

Achamos que não, porque o que hoje sofrem os Espíritos nas mãos de médiuns sem preparo doutrinário é muito prejudicial à Doutrina Espírita. E ainda existem aqueles que julgam que a bela Casa de Maria foi construída somente com a renda dos nossos livros!… Precisam conhecer o trabalho das pessoas idosas e das crianças, adolescentes e jovens varando as noites para realizar o Bazar Rayto de Sol, a luta de uma família que de tudo abdicou para levantar no Planalto Central um instituto de cultura espírita, porque é uma Casa onde se estuda o Espiritismo e onde mais se faz caridade, não com o dinheiro do público, pois nem mensalidade ali é cobrada. Entretanto, essas senhoras, senhores, jovens e crianças vão até os pobres, conhecer as necessidades dos carentes.

Sentimos vergonha quando somos apresentado como construtor da grande obra de Francisca Theresa, é um grande equívoco de quem assim pensa. Por que, então, em outra  época, ninguém queria editar os nossos livros? Muito fácil: porque teriam de tirar dinheiro do próprio bolso, pois livro não enriquece ninguém, principalmente livro espírita.

Imploro a você, leitor, que faça o DNA da nossa obra, escrita junto a uma equipe de trabalhadores sérios. Se não fossem sérios, a editora colocaria na praça dois ou três livros por ano. Não o faz porque o controle dos Espíritos da Casa de Maria é implacável. Temos  vários livros já psicografados e guardados e este Eu Te busco quase não chega até suas  mãos, pois às vezes temos vontade de sumir, de ter morrido realmente, porque o que estão  fazendo com o nosso nome é crueldade demais, ainda mais quando essa crueldade atinge a quem muito devemos e respeitamos.

Analise, leitor, o que chega às suas mãos. Faça a sua análise. Será que Emmanuel, André Luiz, enfim, toda a equipe que trabalha com o Chico1 não tem serviço demais junto ao amado médium, precisando sair por aí, atrás de outros, apenas para vender livros? Claro que não. Onde estão os médiuns que diziam receber Emmanuel, André Luiz e outros memoráveis nomes? Será que Joanna de Ângelis não tem uma enorme tarefa junto ao Divaldo? Por que ela sairia pelo Brasil afora em busca de novos médiuns? Se isto está acontecendo é por falta de estudo da Doutrina Espírita e não adianta matar a Irene, denegrir a sua imagem, porque quem assim procede não tem Jesus no coração e a Doutrina Espírita é apenas um divertimento em sua vida, e não um ideal pelo qual se luta sem desejar derrubar nem ferir alguém.

Nada desejamos, leitor amado, somos contra a idolatria porque estudamos a Bíblia e somos eternos estudiosos da Doutrina Espírita. Queremos ter amigos e levar até o fim a nossa tarefa. Quem não pode nos ajudar, por favor, não nos atrapalhe, pois vários médiuns estão dizendo nos receber e aqui afirmamos que temos uma obra com a Irene e com vários Espíritos. Nós não pedimos para realizá-la, ela nos foi concedida por Deus e em nome d’Ele rogamos que ore por nós, mas não se esqueça de orar pela Doutrina Espírita, que hoje atravessa momentos difíceis. Todos desejam se tornar médiuns conhecidos ou construir uma Casa Espírita, porém, sem estudar esta Doutrina que veio para mudar o homem, para torná-lo verdadeiramente humilde e praticante da caridade, esta Doutrina que tem poucos seguidores, porque cobra de cada um renúncia, renúncia e trabalho em prol do próximo.

Você, leitor, deve estar indagando: ”por que, Luiz Sérgio, seus livros demoram tanto a ser editados?” Isso ocorre porque nossos livros não são coisas que se vendem em super-mercado nem revistas semanais, são frutos da grande árvore da Doutrina, que têm o tempo certo de ser colhidos. Não pensamos nos lucros, porque quem pensa que livro dá dinheiro não devia nem pensar em editar livros espíritas. A única coisa que esperamos dos nossos livros é que eles sejam o copo de água que você, leitor amigo, está necessitando para regar sua alma, às vezes deprimida, sofrendo com alguma dependência, e torná-la um jardim de sonhos e esperanças.

Hoje retornamos, tentando trazer ao plano físico notícias do mundo em que vivemos e neste momento recordamos Humberto de Campos, naquele dia 23 de agosto de 1944, com a sentença do Juiz João Frederico Mourão Russel, juiz de Direito em exercício na 8a Vara Cível do antigo Distrito Federal: ”Os direitos da pessoa acabam após a morte”, dando ao Chico Xavier o direito sobre os livros psicografados.

Humberto parou somente um ano, depois voltou, mas seu novo livro trazia o pseudônimo ”Irmão X”. Este pseudônimo, porém, fez tanto mal a ele que resolveu parar. Os encarnados  haviam atrapalhado a tarefa do nosso querido Humberto de Campos, chamado carinhosamente pela médium de Kaká. Nós pensamos o mesmo, tantos aborrecimentos nossos livros têm trazido à médium e ao grupo Recanto, mas quando pensamos em colocar pseudônimo, os amigos maiores, nossos instrutores, nos advertiram de que estaríamos fugindo da responsabilidade assumida com o Alto: a de escrever de maneira simples para todos os nossos irmãos, não importando o credo que professam.

Gostaria de dizer aos médiuns iniciantes que cada Espírito, ao receber uma tarefa, é apresentado ao médium que irá ajudá-lo, formando com ele uma equipe de trabalho. O  Espírito não tem tempo de ficar escrevendo aqui e ali. Os encarnados precisam compreender que os Espíritos também têm de obedecer a uma disciplina rígida e a  obediência é a máquina que vai abrindo o caminho da evolução. Muitas vezes, com a vontade de colocar o nome de um Espírito conhecido nas mensagens que julgam dele  receber, os médiuns estão indo contra os planos de Deus.

Atravessamos ainda uma turbulência, mas recordamos o Cristo acalmando as ondas do mar e, n’Ele crendo, acreditamos que o Mestre nos fortalecerá para vencermos mais essa tempestade, para isso contamos com as suas preces, leitor amigo. Quando alguém lhe disser que o Luiz Sérgio está aí, cuidado, muito cuidado, a Doutrina Espírita não é dos encarnados, sim dos Espíritos, por isso eles precisam ser respeitados.

Quando iniciamos o trabalho sobre drogas, muitos se chocaram: como pode um Espírito usar gíria e falar sobre sexo e drogas? Muitos jovens gostaram, porque finalmente um Espírito falava a sua linguagem e hoje nosso coração transborda de felicidade, pois sabemos que nossos humildes livros, sem palavreado difícil, vêm tirando vários jovens do vício. Eles estão aí, passando de mão em mão. Tenha a certeza de que qualquer um dos  livros que escrevi com Alayde, Lúcia ou Irene que chegar à sua mão estará repleto de amor  e sonhos de um Espírito que busca Deus desesperadamente.

As águas do rio passam, mesmo o homem não as respeitando. Assim seremos nós. Iremos  caminhando na longa estrada da evolução, na certeza de que o seu ombro, leitor amigo,  sempre estará amparando este Espírito que só deseja a felicidade e o sorriso de cada  encarnado.

Este livro pode parecer igual aos outros. O Espírito não muda de um dia para outro e nós sempre seremos o Luiz Sérgio, sem palavras complicadas, pois amamos as coisas simples. 

Espero que você goste desta viagem que iniciamos no livro O Mundo que eu Encontrei

Queira Deus cheguemos ao ponto proposto pela Espiritualidade Maior e que as trevas não encontrem em nenhum encarnado força para dificultar a nossa caminhada.

Obrigado, leitor, pelas cartas, pelas preces, pelo respeito a este eterno camarada, amigo de todos os irmãos em Cristo. Eu Te busco, Deus, na minha caminhada, como Espírito espírita.

Por fim, leitor, gostaríamos que meditasse na seguinte passagem de O Livro dos MédiunsCapítulo XXXI, item XXV:

Com que fim, as mais das vezes, pedis comunicações aos Espíritos? Para terdes belos trechos de prosa, que mostrareis às pessoas das vossas relações como amostras do nosso talento? Preciosamente as conservais nas vossas pastas, porém, nos vossos corações não há lugar para elas. Julgais porventura que muito nos lisonjeia o comparecermos às vossas assembléias, como a um concurso, para fazermos torneios de eloquência, a fim de que possais dizer que a sessão foi muito interessante? Que vos resta, depois de haverdes achado admirável uma comunicação? Supondes que vimos em busca dos vossos aplausos? 

Desenganai-vos. Não nos agrada divertir-vos mais de um modo que doutro. Ainda aí o que há, em vós, é curiosidade, que debalde procurais dissimular.

O nosso objetivo é tornar-vos melhores. Ora, quando verificamos que as nossas palavras nenhum fruto produzem, que, da vossa pane, tudo se resume numa estéril aprovação, vamos em busca de almas mais dóceis. Cedemos então o lugar aos Espíritos que só fazem questão de falar e esses não faltam. Causa-vos espanto que deixemos tomem eles os nossos nomes. Que vos importa, uma vez que, para vós, não há nisso nem mais, nem menos? 

Ficai, porém, sabendo que não o permitimos em se tratando daqueles por quem realmente nos interessamos, isto é, daqueles com quem o nosso tempo não é perdido. Esses são os que preferimos e cuidadosamente os preservamos da mentira. Se, portanto, sois tão frequentemente enganados, queixai-vos tão-só de vós mesmos. Para nós, o homem sério não é aquele que se abstém de rir, mas aquele cujo coração as nossas palavras tocam, que  as medita e tira delas proveito. (Massillon).

Um abraço do

Luiz Sérgio

(Do livro “Eu te busco”, psicografia de Irene Pacheco Machado, pelo espírito Luiz Sérgio. Brasília, DF: Recanto, 2001).

Precisamos entender a umbanda

(Wikipedia) (Reprodução)

NOTA: Atendendo aos alunos do Curso de Doutrina, trago este texto, trecho de tese de psicologia, abordando a umbanda.

A umbanda, religião nascida em solo brasileiro, é marcada pelo sincretismo oriundo de matrizes religiosas européias (catolicismo popular e kardecismo), africanas (crenças e rituais trazidos pelos escravos da África) e ameríndias (cultos e crenças dos índios nativos do Brasil). Contemporaneamente, podemos constatar a inserção de elementos religiosos orientais em alguns terreiros, como os do hinduismo e budismo, e de movimentos espiritualistas da “nova era”, o que demonstra a fluidez e permeabilidade desta religião em sua constituição e constante reformulação. Tradicionalmente, há a predominância dos três eixos religiosos citados acima, os quais dão a marca característica dos terreiros com os quais se trabalha nesta pesquisa.

Outra importante característica da umbanda é que esta se constitui como uma prática religiosa que estrutura vínculos entre a vida terrena e o “mundo espiritual” . Toda estrutura do culto, que é chamado de “gira” pelos praticantes, os rituais inicíaticos e o desenvolvimento dos médiuns, é organizada em função da crença na possibilidade de atuação das entidades espirituais no plano terreno, a partir da incorporação, destas, pelos médiuns. Com isto acreditam que médiuns e entidades poderão, por um lado fornecer ajuda àqueles que os procuram, e, por outro se beneficiarem desta prática para sua evolução no plano espiritual. Esta crença, a da incessante meta da evolução espiritual, é o eixo fundamental do sentido da vida para esta religião.

Em consonância com estas crenças, os consulentes procuram os guias e entidades devido a problemas cotidianos como: a busca de emprego, a resolução para problemas financeiros, amorosos, doença, ajuda para se livrar ou livrar alguém do uso de drogas, bebida, vão em busca de conselhos, de uma palavra de conforto em momentos de dificuldades, em busca de obter respostas para as crises existenciais sobre a morte, para saber de parentes que já se foram, como e onde estão. Assim alicerçados na esperança e na crença de que os médiuns têm o poder de promover a re-ligação entre o plano terrestre e o espiritual, onde tudo se sabe e onde há sempre a possibilidade de se obter ajuda e repostas.

Para além destes aspectos a umbanda também organiza e reflete relações sociais e as condições de existência de seus praticantes, tornando-se extremamente importante na formação da identidade destes, sendo um fator de preservação cultural e social das suas comunidades.

Fenômenos como a incorporação, o transe, as previsões feitas por médiuns videntes e entidades, os sonhos, os devaneios, visões, práticas como o benzimento, as rezas, as manipulações de objetos da natureza, os trabalhos efetuados para os orixás e entidades, ganham importância fundamental no exercício efetivo da religião e na própria manutenção de sua existência.

Fábio Ricardo Leme

(LEME, F. R. Usos do imaginário nos estudos afro-brasileiros e no culto umbandista. 164 p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2006. )

OBSERVAÇÕES DESTE BLOG:

1-Cabe reflexão sobre a organização dos trabalhos, os temas de consultas, os eixos religiosos fundadores, a organização dos rituais e a estrutura hierárquica peculiar aos umbandistas.

2-Diferentemente de uma casa espírita assentada na Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, a umbanda adota as “giras” ou rituais, diferenciados quanto a dia, proposta e grupo de entidades atuantes, que seguem categorias próprias entre umbandistas e sem correspondentes no Espiritismo.

3-A estrutura do ritual de umbanda, com seu colorido, danças, comidas e aparatos, refere-se a suas raízes, que guardam histórico de saber popular e de legado de diversas fontes culturais, mas não representa o tipo de atividade mediúnica que se exerce em uma casa espírita kardecista, a qual dispensa paramentos, cantorias, adereços, curimbás, o contexto das “giras”, defumações, oferendas, trabalhos ritualísticos, festas de santos e as chamadas obrigações.

4-E cabe ainda citar:

“Há os que confundem o Espiritismo com práticas de umbanda, quimbanda e candomblé, por total ignorância, pois não tiveram oportunidade de tomar conhecimento da absoluta diferença. Mas, há, também, os que sabem dessa diferença; porém, levados pelo radicalismo e pela intolerância, insistem em pregar a vinculação.” (Alamar Régis Carvalho,  “Sob a Ótica Espírita” apud Carlos Eduardo Parchen, internet: http://www.carlosparchen.net/oquee291005.html)

DOUTRINA ESPÍRITA E O CONGELAMENTO DE CORPOS

(Reprodução)

A humanidade sempre alimentou o sonho de prolongar a vida e postergar o momento da morte.
O uso de baixas temperaturas com fins medicinais teria surgido ainda na Antiguidade, cerca de 2500 a.C, no Egito.
James Arnott, em 1845, emprega pela primeira vez a criocirurgia.
Em 1946, na Inglaterra, Christopher Polge e Smith descobrem o glicerol, substância crioprotetora (usada na preservação celular)
Christopher Polge, em 1949, usa o glicerol para preservação de células (sêmen de touro)
No ano de 1960, Robert Ettinger escreve “Prospecto da Imortalidade”, defendendo que, com a Criogenia, a morte se tornará reversível.

Nos anos 1970, surgiram nos Estados Unidos clínicas de criogenia, propondo preservar os corpos de pessoas com doenças incuráveis, a pretexto de serem descongelados no futuro, quando a ciência conquistar a cura para suas enfermidades. No início do século 21, as empresas remanescentes contavam com algumas dezenas de pessoas conservadas por criogenia, ao custo de 100 a 150 mil dólares. Contudo, após meio século de difusão da criogenia, não há caso de pessoa que tenha sofrido o congelamento de seu corpo sendo posteriormente descongelada e vivificada por tais clínicas. A imortalidade do congelamento permanece entre os sonhos do homem.

CRIOGENIA é palavra que vem da combinação de dois verbetes gregos: Kryos, frio, e gennao, nascido.  É a parte da Física que se dedica à produção e manutenção de baixas temperaturas e ao estudo das propriedades da matéria e dos sistemas a elas submetidos. Suas pesquisas focam as criotemperaturas próximas do zero absoluto (-273,16 ºC). (cf. Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998, p. 1692)

CRIOBIOLOGIA – é o estudo da vida a baixas temperaturas.
CRIÔNICA – é a preservação a baixas temperaturas de humanos ou mamíferos com o objetivo de serem reanimados no futuro. Não é considerada parte da Criobiologia.

CRIOPRESERVAÇÃO – é a tecnologia em que células, tecidos ou embriões são preservados por arrefecimento a baixas temperaturas.

MÉTODOS DE CRIOPRESERVAÇÃO

Em todos os processos pesquisados, colhe-se tecidos (amostras de células), que são colocadas em um meio líquido.

1-Congelamento lento e progressivo. As células são submetidas a, pelo menos, quatro estágios de temperatura: -10°C, -20°C, -30 a -60°C, -196º, passando desde a formação de cristais de gelo até a vitrificação da água intracelular;

2-Congelamento rápido. Com o uso de crioprotetores, partes da célula (citoplasma) são protegidas. Submete-se a amostra a poucos estágios de congelamento: -30° a -60°C; e -196º. Forma-se gelo intracelular, contudo as estruturas da célula são destruídas;

3-Congelamento ultra-rápido. As células ou tecidos são imersos em pequena quantidade de líquido e passam por um acelerado estágio de redução de temperatura a -196°C, ocorrendo vitrificação dos líquidos intracelulares e formação de gelo.

O CONGELAMENTO DE CORPOS
1º-O corpo é levado para a clínica de criogenia;
2º-Todo o sangue e o plasma são retirados e substituídos por crioprotetores (líquidos conservantes) e anticongelantes;
3º-Imersão do corpo em um tanque com 200 litros de gás Nitrogênio a -196º C.

Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel, no livro “Lições de Sabedoria”, Editora Folha Espírita, p. 45, comenta:

“O congelamento do corpo ocupado pelo Espírito, em processo desencarnação, pode retê-lo, por algum tempo, junto à forma física, ocasionando para ele dificuldades e perturbações. Isso, de algum modo, já sucedia no Egito Ancião, quando o embalsamamento nos retinha, por tempo indeterminado, ao pé das formas que teimávamos em conservar. Semelhante retenção, porém, só se verifica na pauta da lei de causa e efeito.

E, quanto ao congelamento, se algum dos interessados — por força da provação deles mesmos — retomarem o corpo frio a fim de reaquecê-lo, a Ciência não pode assegurar-lhes um equipamento orgânico claramente ideal como seria de desejar, especialmente no tocante ao cérebro que o congelamento indeterminado deixará em condições por agora imprevisíveis.”

Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz, “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 11, registra:

“(…) o perispírito, ou “corpo astral”, é revestido com os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o “duplo etérico”, formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico (…) destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora.”

Eurípedes Kuhl esclarece:

“Criogenização” já vem sendo largamente feito, com células e embriões.

Mas entre um caso e outro, há uma diferença fundamental: o material mantido criogenizado em laboratório apresenta a condição de estar “ativo” no momento da criogenização, isto é, não danificado, em perfeitas condições naturais. No cadáver estas condições inexistem, pois a morte desencadeia total e irreversível cessação do metabolismo.

Para nós, espíritas, é penoso imaginar que uma pessoa, em vida, desconhecendo totalmente a existência do Plano Espiritual, e principalmente dos mecanismos divinos da vida, consubstanciados nas vidas sucessivas (reencarnação), tenha a preocupação de cuidar do “ressuscitamento” de seu corpo, após a morte (quase sempre causada por doença incurável), mantendo-o congelado, com a expectativa de que num futuro próximo ou distante venha a obter cura pela Medicina e volte a viver…”

Irene Pacheco Machado, pelo Espírito Luiz Sérgio, em “Lírios Colhidos” cita um Espírito que, estando com sofrimento nessas condições (congelamento do seu corpo físico doente, após a morte, com vistas a futura cura e respectiva ressurreição), teve que ser levado a banhos de sol, por bondosos assistentes de uma Colônia do Plano Espiritual, para “derreter o gelo” ao qual ele se sentia preso, congelado.

CONCLUSÃO

A criopreservação é a aplicação de princípios da criogenia com a promessa de preservar a vitalidade de tecidos, embriões, órgãos e corpos de animais e pessoas.

O uso de baixíssimas temperaturas propõe a preservação celular, impedindo sua degradação molecular e biológica.

Conquanto se possa adiar por longo tempo a morte de células, tecidos e corpos, a vitalidade depende de fatores que não se limitam a características materiais, mas também fluídicas. O perispírito, corpo sutil que intermedia a ligação do espírito com o corpo material, é dependente de energia e de condições fluídicas aptas a preservar sua ligação entre os corpos energético, semi-material e material.

Por mais aperfeiçoadas que sejam as condições de manutenção do veículo material, a ciência terrena ainda não domina as propriedades e multiplicidade de funções do perispírito, entre as quais as relacionadas ao equilíbrio fluídico entre os corpos que constituem o homem e se mantêm ao longo do período da encarnação.

-BIBLIOGRAFIA:

Congelar a morte, um debate americano. Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=3613>.

JORGE, MELINA PEREIRA, “CRIOGENIA SOB A ÉGIDE LEGAL BRASILEIRA”. Marília: Fundação de Ensino “Eurípedes Soares da Rocha”, Centro Univ. “Eurípedes de Marília”, UNIVEM, 2007.

Kauffmann-Zeh, Andrea. “Corpos congelados, o jeito de não morrer”, http://galileu.globo.com/edic/115/ensaio.htm

Pereira, Robson. “O mercado pós-vida explode na internet”.

<http://www.sincep.com.br/noticias/273.asp>.

Versignassi, Alexandre. “O que é criogenia humana?”, disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/pergunta_286711.shtml

-FILMES QUE ABORDAM O TEMA:

-“2001:Uma odisséia no espaço” (1968);

-“Austin Powers: um agente nada discreto” (1997);

“Eternamente Jovem” (1992);

-“O Dorminhoco” (“Sleeper”) (1973).

Espírito e personalidade

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(Reprodução)

 

A Personalidade

A personalidade, a maneira de ser de cada um, se desenvolve como uma soma de fatores:

 * Psicológicos

 * Hereditários

 * Ambientais

Através de dois processos:

 1. Maturação: é o processo natural de crescimento. Nesse processo, modificações espontâneas ocorrem como conseqüência do desenvolvimento (exemplo: crescimento físico).

2. Aprendizagem: resulta do relacionamento do individuo com seu ambiente, ou com outros ambientes. A aprendizagem se dá não só com relação a experiências intelectuais, mas engloba também o campo do temperamento e do caráter. É através da aprendizagem que o ser humano vai incorporando sabedoria.

Aspectos da Personalidade

1. Constituição da personalidade

Pode ser física (estática – tecidos, órgãos, etc.) ou fisiológica (funcionamento orgânico).

Devemos ressaltar que nessa fase do educando, a constituição encontra-se em crescimento.

2. Temperamento

É a maneira como se organizam as necessidades e emoções em cada pessoa.

Estudando sob o aspecto doutrinário, podemos dizer que o individuo herda de si mesmo as características conquistadas em vidas passadas. O ser humano, ao encarnar-se, não é como um papel em branco; traz de vidas anteriores as características do temperamento que, na presente encarnação sofre a influência dos fatores genéticos herdados de sua parentela terrestre e dos fatores ambientais.

O temperamento é o aspecto instintivo-emocional da personalidade e responde pelo sentir e agir humanos.

2. 1. Instintos

São as necessidades, impulsos, que levam a homem a por em ação sua energia. Se não existisse impulso não existiria ação. Instinto é o impulso cego que busca o prazer. Segundo “O Livro dos Espíritos”, questão nº. 73, o instinto é uma inteligência não racional e é por esse meio que todos os seres provêm as suas necessidades. Dentre os animais o homem é o que tem o maior número de instintos.

 

2.2. Emoções

São os dinamismos que levam o homem a sentir. Dentre os seres é o homem o que mais necessita e mais sente. As emoções podem ser divididas em:                             .

Destrutivas: relacionadas à dor. São os sentimentos de medo, raiva, ciúme, angústia, inveja, tédio, ansiedade, nervosismo.

Construtivas: relacionadas ao prazer. São os sentimentos de amor, alegria, entusiasmo, carinho, amizade, tranqüilidade.

Voltando aos instintos, vejamos como se manifestam na infância:

 Afeto

1a. Fase (0 a 6 anos)

Fase captativa (egocentrismo): a criança se vê como centro do universo. Demonstra afeto pelo tato.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Fase captativa-oblativa: a criança busca ainda receber, mas já começa a ver que os outros existem.

Segurança

1a. Fase (0 a 6 anos)

Fase hetero-segurança: a sua segurança está centrada fora de si, no adulto conhecido. Por isso a necessidade de ser sempre a mesma a cuidar dela.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Fase ainda de hetero-segurança: já suporta bem a distância por várias horas. É por isso que aceita a escola.

Lúdica

1a. Fase (0 a 6 anos)

A criança tem “fome” de brincar.

Tem muita necessidade de mexer, tocar em tudo com todos os seus membros. Os valores dos objetos diferem dos do adulto. Brincar é a fonte de crescimento emocional e social das crianças. Promove a relação entre o que é pessoal (realidade interior) e o que é do grupo (realidade exterior). O movimento é fundamental nas brincadeiras da criança.

2a. Fase (6 a 11 anos)

A criança necessita de 4 horas para estudo, 8 horas para lazer e 12 horas para dormir.

O brincar ainda é prioridade nesta fase. O exercício físico é fundamental.

Outros jogos (jogos de armar, músicas, modelagem) são importantes.

Social

1a. Fase (0 a 6 anos)

A socialização é uma exigência natural do homem. O homem tem necessidade disso. O bebê marca com um sorriso sua entrada na vida social. É através do brinquedo que ocorre a socialização da criança. A partir de um ano ela reclama um companheiro; no entanto não forma grupo – seu interesse maior é o objeto (brinquedo).

2a. Fase (6 a 11 anos) 

A necessidade social amadurece dando condições a formação de grupos. Nasce a consciência grupal, assume os compromissos e aprende a respeitá-los. Já obedece regras.

A educação se dá através de exemplos e com muito diálogo e compreensão.

Liberdade

1a. Fase (0 a 6 anos)

Necessidade de ser dono de si. A criança necessita de liberdade para desenvolver sua criatividade. Seu espaço e iniciativa devem ser respeitados pelos adultos, é claro com limites.

2a. Fase (6 a 11 anos)

ldem.

Sexual

1a. Fase (0 a 6 anos)

A curiosidade predomina. A descoberta e manipulação dos órgãos sexuais são passageiras.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Tem curiosidades, mas a idade já permite esclarecimentos. Dar as explicações que forem solicitadas de maneira clara de acordo com o entendimento.

3. Inteligência

É o terceiro aspecto da personalidade. É o dinamismo que leva o homem a conhecer (aspecto cognitivo da personalidade). E através da inteligência que o homem se abre para si próprio e para tudo o que existe.

São várias as funções da inteligência:

3.1. Compreender

Compreender através da percepção:

Percepção

1a. Fase (0 a 6 anos)

Estudos mostram que a partir do 5º mês de gestação o feto já reage aos estímulos exteriores. Nessa fase (sensório-motriz) a criança só conhece o que lhe chega através dos sentidos: conhecimento concreto.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Já há a percepção global;maior maturidade. Percebe o todo e certas partes que se destacam do conjunto.

3.1.2. Compreender através do Pensamento e Intuição (conhecimento que não é através dos sentidos – supra sensíveis):

Pensamento e Intuição

1a. Fase (0 a 6 anos)

O pensamento é concreto, baseado em elementos que a criança conhece. Muitas coisas que são erradas para o adulto são certas para a criança (Ex. Bola é igual ao relógio porque ambos são redondos. O pensamento infantil é crédulo (mamãe disse), é imediatista (tudo agora) – dai a importância do castigo/repreensão imediatos (não vale quando o papai chegar)

2a. Fase (6 a 11 anos)

O pensamento já é mais abstrato, mas suas deduções ainda são imperfeitas. O raciocínio ainda está preso mais no concreto que no abstrato. Seu pensamento continua crédulo (pais e professores não mentem). Já tem noções de tempo, mas ainda não o relaciona com a organização de suas tarefas (tem que ser dirigido pelos pais).

3.1.3 Compreender através da introspecção: é a função da inteligência que leva o indivíduo ao conhecimento de si mesmo:

lntrospecção.

1a. Fase (0 a 6 anos)

A criança é incapaz de auto-análise. Não consegue responder à pergunta: “De quem você gosta mais, da mamãe ou do papai?”.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Começa a fazer uma auto-análise, porém de uma forma muito simples.

3.2. Imaginação

Trata-se da representação, da construção de imagens sensíveis.

Imaginação

1a. Fase (0 a 6 anos)

Nessa fase confunde a fantasia com a realidade, surgindo o que o adulto classifica como “mentiras”

2a. Fase (6 a 11 anos)

A imaginação é rica e utiliza-se de elementos abstratos.

3.3. Memória

Guarda dados.

Memória

1a- Fase (0 a 6 anos)

Desde os primeiros meses a criança é capaz e memoriza somente os elementos concretos.

2a. Fase (6 a 11 anos) 

Retém com facilidade, mas esquece com rapidez se não estiver motivada.

3.4. Atenção

É a capacidade de concentração.

Atenção

1a. Fase (0 a 6 anos)

Desde os primeiros meses a atenção da criança é momentânea. Aos 5 ou 6 anos começa a se ater no que está interessada

2a. Fase (6 a 11 anos) 

Já se concentra por períodos maiores, mas também enquanto durar seu interesse.

3.4. Consciência Moral (julgar)

 E a capacidade de discernir entre o certo e o errado, de julgar, de estabelecer uma escala de valores funcione como referência.

1a. Fase (0 a 6 anos)

A criança não é capaz de um julgamento moral. Certo ou errado para ela é o que os pais proíbem ou não. Deve haver, por parte dos pais, regras estabelecidas e coerentes para uma formação positiva dos filhos.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Começa a existir uma tentativa de julgamentos moral. É nessa fase que ocorre a formação ética da criança. Os pais devem aproveitar os fatos para bem educar (cenas de heroísmo, falta de coleguismo, roubo de material escolar, etc.)

3.6. Linguagem

É a expressão falada da inteligência.

Linguagem

1a. Fase (0 a 6 anos)

É pouco desenvolvida; está em fase de aprendizagem. A criança fala com o todo.

2a. Fase (6 a 11 anos)

A criança já escolhe seus meios de expressão, pois já se encontra mais desenvolvida.

Recapitulando, vimos acima que a inteligência é formada por:

* Imaginação;

* Memória;

* Atenção;

* Consciência Moral;

* Linguagem.

4. Caráter

É a personalidade em seu aspecto volitivo – o que vai dar direcionamento ás ações (volitivo relaciona-se com vontade). E a direção racional imprimida ao temperamento. O caráter dirige de acordo com que a inteligência julga.

Vontade é o dinamismo responsável pela direção racional da personalidade.

São quatro os dinamismos que regem a personalidade:

O ser humano:                                                                                                          .

  1. “age” pelos instintos (necessidades e impulsos);
  2. “sente” pelas emoções;
  3. “conhece” pela inteligência;
  4. “dirige-se” pela vontade.

A direção da vontade é racional e depende de cada ser e a cultura na qual está inserido. Portanto o caráter é o aspecto da personalidade que permite uma direção de si mesmo e diferencia o homem dos animais; assim o homem não é arrastado por impulsos; o homem escolhe e age conforme sua escolha.

Caráter

1a. Fase (0 a 6 anos)

A vontade é regida pelos valores dos pais.

2a. Fase (6 a 11 anos)

Começa a amadurecer o caráter. Distingue o certo do errado em algumas áreas, mas não tem força para agir em conseqüência (por exemplo, sabe que brigar é errado, mas continua brigando). Isto ocorre porque não foi atingido o nível de maturidade que lhe permita agir conforme o saber.

(LAR DO CAMINHO. Estudos da Família à Luz do Espiritismo: A Família no Mundo Atual. Campos do Jordão, setembro/2000 apud CVDEE, internet: www.cvdee.org.br)

Família

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(Reprodução)

O que é família?

O homem é um ser que nasceu para viver em sociedade. Não se tem notícia de uma sociedade que tenha vivido á margem de alguma noção de família. Todo mundo tem, ou já teve, uma família.

Portanto, a família é uma entidade óbvia para todos. No entanto, para qualquer pessoa, é difícil definir esta palavra e, mais exatamente, o conceito que ela engloba.

Família pode ser definida como “pessoas aparentadas que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe, os filhos, ou ainda pessoas do mesmo sangue, ascendência, linhagem, estirpe ou admitidas por adoção.

O termo “família” origina-se do latim “famulus”, cujo significado é “conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor”. Entre os chamados “dependentes” inclui-se a esposa e os filhos. Assim, a família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus “famuli”: esposa, filhos, servos livres e escravos.

Atualmente os tipos de família ainda variam muito, conforme os costumes, condições sócio-econômicas, tradições dos povos. Para nós, do mundo ocidental, a forma mais conhecida e valorizada é a família “nuclear”. Este é o modelo que, desde criança, vemos nos livros, nas escolas, nos cinemas, na televisão, etc. e que assimilamos mesmo que em nossa casa vivamos em esquema diferente.

Crise da família:

Quantas vezes não se ouvem referências à “crise” porque estaria passando a família em nossos dias? Em 1932 Aldous Huxley, escritor inglês, lançava seu mais famoso livro: “O Admirável Mundo Novo”… uma visão pessimista do futuro da humanidade, em que imaginava uma sociedade onde a família estaria abolida. Isso deveria ocorrer até o fim deste século.

Aldous Huxley

Nessa “admirável” loucura a mulher não mais daria á luz; os filhos nasceriam em incubadeiras altamente sofisticadas – madres artificiais. Ninguém teria pai nem mãe.

Seria considerado subversão falar-se do assunto família. Exercitar-se-ia o sexo sem compromisso, heterogeneamente. Cada individuo cuidaria da sua vida, sem deveres com ninguém a não ser com o Estado.

A partir dos anos 50, com o rompimento de tabus relacionados com o sexo e o advento do “amor livre”, muita gente imaginou que a humanidade estivesse a caminho de uma sociedade desta natureza. No entanto, mais de três décadas passaram e, embora o casamento seja questionado, a família está muito longe de extinguir-se e jamais o será.

Ela se perpetua muito menos subordinada a modismos sociais e muito mais em decorrência dos desígnios de Deus. Apesar de todos os seus momentos de crise e evolução, a família manifesta até hoje uma grande capacidade de sobrevivência e, porque não dizê-lo, de    adaptação, uma vez que ela tem sobrevivido sob múltiplas formas através dos tempos.

O homem é um ser que nasce para não viver só; busca no casamento um meio pelo qual se dará o processo de socialização com maior intensidade.

Dentro do condicionamento de nossa realidade humana, procuram homem e mulher, antes de tudo, a felicidade pessoal que anteviram nos enlevos do namoro e nos compromissos do noivado.

Ao se unirem, um homem e uma mulher defrontam-se com suas emoções. Permutam experiências afetivas no campo do sexo, buscando no prazer a canalização das energias criativas represadas; relacionam-se nas idéias a nível intelectual e de sensibilidade.

Convergem, mesmo que temporariamente, ansiedades, desejos e aspirações para um ponto de encontro, tentando desenvolver atividades conjugadas e se ajustarem mutuamente.

Esse homem e essa mulher não são unidades isoladas no mundo. Pertencem a uma sociedade, provêm, por sua vez, de famílias. Integram um ciclo humano, profissional e religioso. Absorveram idéias, refletem sentimentos, posições, entendimento diversificado.

No relacionamento humano e espiritual, defrontamos com forças a reagirem constantemente, desencadeando interações emocionais por onde as cargas de energias emocionais se ajustam, multiplicando emoções agradáveis, compensatórias ou se atritam, estabelecendo conflitos.

Observamos que, apesar dos conflitos, a família é “única” em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos indivíduos, sobretudo durante o período da infância e da adolescência. Ninguém nessas fases pode se sentir feliz se lhe faltar a referência familiar. Assim a família mais do que um fenômeno natural passou a ser uma instituição social variando através da história e apresentando formas e até finalidades diversas.

Em tese homem e mulher reencontram-se para desenvolver um trabalho especifico no relacionamento emotivo, na criação de uma família, dando oportunidade à reencarnação de Espíritos afins ou não, que irão receber suas influências. O conjunto assim formado passará a ligar-se por profundos condicionamentos afetivos e laços psíquicos a exprimirem sua concepção familiar.

Entretanto, em qualquer enfoque, antropológico ou religioso, a família é a “oficina do convívio”.

Uma visão panorâmica dos núcleos familiares, sob o ponto de vista de sua operacionalidade, mostra uma quantidade infindável de contrastes que caracterizam o grau de moralidade, intelectualidade e aspirações que determinam suas existências.

(LAR DO CAMINHO. Estudos da Família à Luz do Espiritismo: A Família no Mundo Atual. Campos do Jordão, setembro/2000 apud CVDEE, internet: www.cvdee.org.br)

Sobre Ensino Religioso

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(Reprodução)

ENSINO RELIGIOSO
Devemos ter um currículo específico de Educação religiosa nas Escolas? Ou cabe à família conduzir seus filhos no caminho dos valores religiosos? Se essa tarefa cabe à Escola, como atender às diferentes crenças numa mesma instituição?

A função primordial e específica da Escola é oferecer equipamentos próprios para o desnvolvimento intecto-moral do educando, recorrendo aos métodos psicopedagógicos mais compatíveis com a faixa etária e o desnvolvimento mental do mesmo.

Essencialmente leiga, a Escola deve primar pela inteireza moral dos seus mestres, que constituem modelos vivos para os alunos, jamais estabelecendo currículos de orientação religiosa, o que viria a contituir uma agressão aos direitos das doutrinas minoritárias, que teriam dificuldades em proporcionar educadortes especializados para que ministrem em todos os educandários os princípios que lhes constituem as bases. Ademais, o tempo aplicado em programa religioso seria retirado do horário que deve ser preenchido com as atividades pertinentes ao currículo leigo.

À família cabe, aliás, não somente a tarefa de condução dos filhos à religião que os seus pais professam, senão, também, e principalmente, da educação em geral, constituindo-se suporte-exemplo para o trabalho complementar da Escola que, além de instruir, amplia o seu labor com os recursos da educação no sentido mais amplo.
Toda tentativa de levar orientação religiosa à Escola, a fim de que ministre cursos doutrinários, constitui ameaça à liberdade do aluno, gerando-lhe constrangimento, quando não lhe impondo, em razão da intolerância que predomina em a natureza humana, atitudes imcompatíveis com seu desenvolvimeto moral.”

(Divaldo P. Franco, médium, Vianna de Carvalho, Espírito, in Atualidade do Pensamento Espírita, Salvador: Ed. LEAL, item 117)

(Colaboração de Rosselito Magalhães, CVDEE – Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo, www.cvdee.org.br)