Vidência ou Visão dos Espíritos

 CURSO DE DOUTRINA ESPÍRITA

 VIDÊNCIA

Bibliografia:

Allan Kardec, “O Livro dos Médiuns”, cap. 14 (Médiuns Auditivos) – item 165; cap. 14 (Médiuns Videntes) – item 167; e cap. 6 – item 100 – q. 16, 26, 28 e item 105;
Eliseu Rigonatti, “A mediunidade sem lágrimas”;
(*) Marlene Nobre, “O Dom da Mediunidade”, parte III – item 24;
(*) F.C.Xavier, André Luiz, “Mecanismos da Mediunidade”,  cap. 20;
(*) F.C.Xavier, André Luiz, “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 14.

Introdução

A partir do conteúdo estudado na última aula, procure refletir a respeito dos seguintes pontos:
1-Como se dá a interação entre a entidade comunicante e o médium?
2-Toda mediunidade audiente é semelhante? Explique.
3-Quais são os tipos de mediunidade escrevente?
4-Explique os tipos de psicofonia?
5-Qual o papel da sintonia nas comunicações mediúnicas?
6-O que é o ajuste de vibrações na mediunidade?
7-Quais são as qualidades de um bom médium?

  

OS INSTRUMENTOS DA MEDIUNIDADE

A mediunidade é uma faculdade humana que envolve diversos instrumentos das esferas intelectuais, morais, espirituais e materiais.
No âmbito intelectual, temos o preparo e o estudo. As leituras necessárias são, antes de tudo a Codificação de Kardec, e, a seguir, obras dos autores devidamente afinados à Doutrina, como Gabriel Delanne, Leon Denis, Ernesto Bozzano.
No viés moral, sobressai a conduta moralizada do médium. O médium precisa ter consciência de que é exemplo de moralidade, dentro e fora das atividades medianímicas. Sem se deixar incorrer na afetação, deve preservar-se de vícios, por menores que sejam, e de vida social intensa.
As ferramentas espirituais da mediunidade podem ser ilustradas pela fé, sendo esta raciocinada, robusta
“A fé robusta nos confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas.” (Kardec, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c.XIX, it.2)
E também há os aspectos materiais. O médium deve viver consoante o trabalho honesto, dentro de suas possibilidades, evitando sempre a ambição imoderada e se lembrando de que o homem não é mais do que um mordomo dos bens que lhe confere o Senhor.

OS MÉDIUNS VIDENTES

Faculdade da pessoa encarnada que, em estado normal e perfeitamente desperta, vê os Espíritos, mesmo que estes não tenham a intenção de ser vistos. A vidência não é contante, ocorrendo de forma momentânea e passageira.
A mediunidade, como diz André Luiz, é sintonia e filtragem. Assim, cada mente tem uma capacidade peculiar de percepção dos fenômenos. O mesmo contato medianímico pode ser percebido de maneiras diversas por um mesmo grupo mediúnico. Para certo médium, pode parecer um vulto, para outro, uma forma feminina, e outro, ainda, pode identificar o Espírito de uma mulher, descrevendo inclusive aspectos fisionômicos, trajes e detalhes bem minuciosos.
Segundo Divaldo P. Franco, na obra de co-autoria com Raul Teixeira, “Diretrizes de Segurança”, a utilidade da vidência é a de desvelar os painéis do mundo espiritual, sabendo observá-los, e, melhor ainda, mantendo discrição no traduzi-los, para não a transformar num informativo de leviandades.
Há três tipos de médium vidente:
1-médiuns videntes que vêem, tanto com os olhos abertos como com eles fechados;
2-médiuns que vêem somente com os olhos abertos;
3-os médiuns de visão mental.
No primeiro caso, é o perispírito do médium que recebe a imagem do espírito. Assim, o médium tanto pode estar com os olhos abertos como com eles fechados que verá os espíritos. A visão não lhe chega através dos olhos e sim através do perispírito. Estes médiuns são chamados clarividentes e a mediunidade que possuem chama-se clarividência. São raríssimos.
No segundo caso, a causa da vidência reside nos olhos do médium. Os olhos se tornam sensíveis sob a ação fluídica do espírito que se quer deixar ver e, nesse estado de sensibilidade ótica, o médium o vê em pensamento.
Os médiuns videntes são raros e a vidência nunca é permanente. Geralmente é uma mediunidade de curta duração.
Os médiuns videntes facilitam o estudo do mundo espiritual pelas descrições que fazem de seus habitantes. Entretanto, é preciso muito cuidado para que não sejamos vítimas da imaginação.

Considerações necessárias

 
Ensina-nos Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, 2ª parte – Questão 167:
O médium vidente acredita ver pelos olhos físicos; mas na realidade é a alma quem vê, e essa é a razão pela qual vêem tão bem com os olhos fechados como com os olhos abertos.
Martins Peralva, em “Estudando a Mediunidade”, assevera: Quantas vezes, tentando sustar uma visão desagradável, produzida por um Espírito menos esclarecido, o médium fecha os olhos e, quanto mais aperta, a visão se torna mais nítida e melhor se definem os contornos da entidade?
Bastaria isso, para a comprovação plena de que pela vidência não se vê os espíritos com os olhos corporais. Como disse Kardec, o médium vê através da mente, que, nesse caso, funciona à maneira de um prisma, de um filtro que reflete, diversamente, quadros e impressões, idéias e sentimentos iguais na sua origem.
Como desenvolver a mediunidade vidente:
Aos que já perceberam indícios de possuir este tipo de sensibilidade mediúnica, podem desenvolver esta mediunidade, procedendo-se, segundo Eliseu Rigonatti, em “A Mediunidade sem Lágrimas”, da seguinte maneira: concentrados, procurando ver, ora com os olhos abertos ora com eles fechados.
Depois de continuados exercícios, começaremos a perceber qualquer coisa, como que uma névoa rala e luminosa; essa névoa, aos poucos, adquirirá forma até que distinguimos os traços dos espíritos que estão presentes.
A visão mental se apresenta ao médium como se ele estivesse revendo alguém em pensamento. A princípio são apenas imagens vagas, que se tornarão nítidas à medida que o desenvolvimento progride.