DOUTRINA ESPÍRITA E O CONGELAMENTO DE CORPOS

(Reprodução)

A humanidade sempre alimentou o sonho de prolongar a vida e postergar o momento da morte.
O uso de baixas temperaturas com fins medicinais teria surgido ainda na Antiguidade, cerca de 2500 a.C, no Egito.
James Arnott, em 1845, emprega pela primeira vez a criocirurgia.
Em 1946, na Inglaterra, Christopher Polge e Smith descobrem o glicerol, substância crioprotetora (usada na preservação celular)
Christopher Polge, em 1949, usa o glicerol para preservação de células (sêmen de touro)
No ano de 1960, Robert Ettinger escreve “Prospecto da Imortalidade”, defendendo que, com a Criogenia, a morte se tornará reversível.

Nos anos 1970, surgiram nos Estados Unidos clínicas de criogenia, propondo preservar os corpos de pessoas com doenças incuráveis, a pretexto de serem descongelados no futuro, quando a ciência conquistar a cura para suas enfermidades. No início do século 21, as empresas remanescentes contavam com algumas dezenas de pessoas conservadas por criogenia, ao custo de 100 a 150 mil dólares. Contudo, após meio século de difusão da criogenia, não há caso de pessoa que tenha sofrido o congelamento de seu corpo sendo posteriormente descongelada e vivificada por tais clínicas. A imortalidade do congelamento permanece entre os sonhos do homem.

CRIOGENIA é palavra que vem da combinação de dois verbetes gregos: Kryos, frio, e gennao, nascido.  É a parte da Física que se dedica à produção e manutenção de baixas temperaturas e ao estudo das propriedades da matéria e dos sistemas a elas submetidos. Suas pesquisas focam as criotemperaturas próximas do zero absoluto (-273,16 ºC). (cf. Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998, p. 1692)

CRIOBIOLOGIA – é o estudo da vida a baixas temperaturas.
CRIÔNICA – é a preservação a baixas temperaturas de humanos ou mamíferos com o objetivo de serem reanimados no futuro. Não é considerada parte da Criobiologia.

CRIOPRESERVAÇÃO – é a tecnologia em que células, tecidos ou embriões são preservados por arrefecimento a baixas temperaturas.

MÉTODOS DE CRIOPRESERVAÇÃO

Em todos os processos pesquisados, colhe-se tecidos (amostras de células), que são colocadas em um meio líquido.

1-Congelamento lento e progressivo. As células são submetidas a, pelo menos, quatro estágios de temperatura: -10°C, -20°C, -30 a -60°C, -196º, passando desde a formação de cristais de gelo até a vitrificação da água intracelular;

2-Congelamento rápido. Com o uso de crioprotetores, partes da célula (citoplasma) são protegidas. Submete-se a amostra a poucos estágios de congelamento: -30° a -60°C; e -196º. Forma-se gelo intracelular, contudo as estruturas da célula são destruídas;

3-Congelamento ultra-rápido. As células ou tecidos são imersos em pequena quantidade de líquido e passam por um acelerado estágio de redução de temperatura a -196°C, ocorrendo vitrificação dos líquidos intracelulares e formação de gelo.

O CONGELAMENTO DE CORPOS
1º-O corpo é levado para a clínica de criogenia;
2º-Todo o sangue e o plasma são retirados e substituídos por crioprotetores (líquidos conservantes) e anticongelantes;
3º-Imersão do corpo em um tanque com 200 litros de gás Nitrogênio a -196º C.

Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel, no livro “Lições de Sabedoria”, Editora Folha Espírita, p. 45, comenta:

“O congelamento do corpo ocupado pelo Espírito, em processo desencarnação, pode retê-lo, por algum tempo, junto à forma física, ocasionando para ele dificuldades e perturbações. Isso, de algum modo, já sucedia no Egito Ancião, quando o embalsamamento nos retinha, por tempo indeterminado, ao pé das formas que teimávamos em conservar. Semelhante retenção, porém, só se verifica na pauta da lei de causa e efeito.

E, quanto ao congelamento, se algum dos interessados — por força da provação deles mesmos — retomarem o corpo frio a fim de reaquecê-lo, a Ciência não pode assegurar-lhes um equipamento orgânico claramente ideal como seria de desejar, especialmente no tocante ao cérebro que o congelamento indeterminado deixará em condições por agora imprevisíveis.”

Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz, “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 11, registra:

“(…) o perispírito, ou “corpo astral”, é revestido com os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o “duplo etérico”, formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico (…) destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora.”

Eurípedes Kuhl esclarece:

“Criogenização” já vem sendo largamente feito, com células e embriões.

Mas entre um caso e outro, há uma diferença fundamental: o material mantido criogenizado em laboratório apresenta a condição de estar “ativo” no momento da criogenização, isto é, não danificado, em perfeitas condições naturais. No cadáver estas condições inexistem, pois a morte desencadeia total e irreversível cessação do metabolismo.

Para nós, espíritas, é penoso imaginar que uma pessoa, em vida, desconhecendo totalmente a existência do Plano Espiritual, e principalmente dos mecanismos divinos da vida, consubstanciados nas vidas sucessivas (reencarnação), tenha a preocupação de cuidar do “ressuscitamento” de seu corpo, após a morte (quase sempre causada por doença incurável), mantendo-o congelado, com a expectativa de que num futuro próximo ou distante venha a obter cura pela Medicina e volte a viver…”

Irene Pacheco Machado, pelo Espírito Luiz Sérgio, em “Lírios Colhidos” cita um Espírito que, estando com sofrimento nessas condições (congelamento do seu corpo físico doente, após a morte, com vistas a futura cura e respectiva ressurreição), teve que ser levado a banhos de sol, por bondosos assistentes de uma Colônia do Plano Espiritual, para “derreter o gelo” ao qual ele se sentia preso, congelado.

CONCLUSÃO

A criopreservação é a aplicação de princípios da criogenia com a promessa de preservar a vitalidade de tecidos, embriões, órgãos e corpos de animais e pessoas.

O uso de baixíssimas temperaturas propõe a preservação celular, impedindo sua degradação molecular e biológica.

Conquanto se possa adiar por longo tempo a morte de células, tecidos e corpos, a vitalidade depende de fatores que não se limitam a características materiais, mas também fluídicas. O perispírito, corpo sutil que intermedia a ligação do espírito com o corpo material, é dependente de energia e de condições fluídicas aptas a preservar sua ligação entre os corpos energético, semi-material e material.

Por mais aperfeiçoadas que sejam as condições de manutenção do veículo material, a ciência terrena ainda não domina as propriedades e multiplicidade de funções do perispírito, entre as quais as relacionadas ao equilíbrio fluídico entre os corpos que constituem o homem e se mantêm ao longo do período da encarnação.

-BIBLIOGRAFIA:

Congelar a morte, um debate americano. Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=3613>.

JORGE, MELINA PEREIRA, “CRIOGENIA SOB A ÉGIDE LEGAL BRASILEIRA”. Marília: Fundação de Ensino “Eurípedes Soares da Rocha”, Centro Univ. “Eurípedes de Marília”, UNIVEM, 2007.

Kauffmann-Zeh, Andrea. “Corpos congelados, o jeito de não morrer”, http://galileu.globo.com/edic/115/ensaio.htm

Pereira, Robson. “O mercado pós-vida explode na internet”.

<http://www.sincep.com.br/noticias/273.asp>.

Versignassi, Alexandre. “O que é criogenia humana?”, disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/pergunta_286711.shtml

-FILMES QUE ABORDAM O TEMA:

-“2001:Uma odisséia no espaço” (1968);

-“Austin Powers: um agente nada discreto” (1997);

“Eternamente Jovem” (1992);

-“O Dorminhoco” (“Sleeper”) (1973).