O fenômeno mediúnico na história

(Pixabay (Reprodução))

Mas não são apenas os textos religiosos que nos oferecem fenômenos mediúnicos à meditação. Também os de natureza histórica o fazem. Desde remotas eras, dirigentes políticos ou militares governaram envolvidos com médiuns de várias faculdades, conhecidos por nomes diferentes em diferentes épocas e locais: adivinhos, pitonisas, áugures, profetas, videntes, feiticeiros, magos e tantos outros.

Na Babilônia, governantes e sacerdotes entendiam-se para interpretar e traduzir em ação política a vontade dos guias espirituais da nacionalidade. Coisa semelhante ocorreu no Egito. Quando os próprios Faraós não eram iniciados nos mistérios sagrados da mediunidade – o que ocorria com frequência – tinham à sua disposição seus médiuns para consultar os espíritos nos problemas de maior gravidade.

Na Grécia, governantes, pensadores e o povo em geral consultavam os oráculos, onde as pitonisas respondiam, em transe, às perguntas formuladas pelos consulentes e interpretadas pelos sacerdotes. Certa vez, quando alguém perguntou ao oráculo quem era o maior homem da Grécia, os espíritos surpreenderam muita gente, dizendo que era um certo Sócrates, ao saber da opinião dos Espíritos a seu respeito, Sócrates comentou que disseram isso apenas porque ele era dos poucos que admitiam sua própria ignorância). Aliás, Sócrates também era médium, como se sabe. E convicto reencarnacionista.

Alexandre da Macedônia levava consigo, nas suas campanhas, os seus próprios médiuns e os consultava com frequência. Depois de haver conquistado quase todo o mundo conhecido na época, os espíritos parece que acharam que era demais e lhe mandaram um recado dramático. O médium saltou para cima de um couro cru, cheio de altos e baixos e explicou que Alexandre não iria poder controlar todo o seu imenso império, pois quando pisasse numa dobra para fazê-la assentar, outra subia, ali à frente. Se corria para um lado, o couro levanta-se de outro. Foi exatamente o que começou a acontecer. Pouco depois de ter ele morrido, aos 33 anos de idade, seu império fragmentou-se em tantos pedaços quantos eram seus ambiciosos generais e prepostos. 

Os Césares consultavam também seus médiuns nos momentos de crise. O leitor deve estar lembrando de que o assassinato de Júlio César foi previsto mediunicamente com a antecedência necessária, por um adivinho, diz Will Durant no seu livro Cesar and Christ.

‘Agnóstico, mas não livre de superstições – como diz Durant – César acreditou desacreditando na previsão do médium. Ao encontrar-se com ele na rua, quando se dirigia ao Senado, momentos antes do assassinato, ele ainda zombou do homem: ‘Você disse que tivesse cuidado com os idos de março e já estamos nos idos de março…’ ‘Espere – disse o médium – que ainda estamos nos idos de março…’

E assim foi. As consequências foram dramáticas para Roma e, conseguintemente, para o mundo.

– O assassinato de César – escreve Durant – foi uma das grandes tragédias da história.

A intensa atividade espiritual nos bastidores da história brasileira está em Brasil coração do mundo pátria do Evangelho, em relato de Humberto de Campos, e psicografia de Francisco Cândido Xavier.

(Hermínio C. Miranda, O que é fenômeno mediúnico. São Bernardo do Campo, SP: Ed. Espírita Correio Fraterno, 3ª ed., 1995, pp. 58-60)