Família

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(Reprodução)

O que é família?

O homem é um ser que nasceu para viver em sociedade. Não se tem notícia de uma sociedade que tenha vivido á margem de alguma noção de família. Todo mundo tem, ou já teve, uma família.

Portanto, a família é uma entidade óbvia para todos. No entanto, para qualquer pessoa, é difícil definir esta palavra e, mais exatamente, o conceito que ela engloba.

Família pode ser definida como “pessoas aparentadas que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe, os filhos, ou ainda pessoas do mesmo sangue, ascendência, linhagem, estirpe ou admitidas por adoção.

O termo “família” origina-se do latim “famulus”, cujo significado é “conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor”. Entre os chamados “dependentes” inclui-se a esposa e os filhos. Assim, a família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus “famuli”: esposa, filhos, servos livres e escravos.

Atualmente os tipos de família ainda variam muito, conforme os costumes, condições sócio-econômicas, tradições dos povos. Para nós, do mundo ocidental, a forma mais conhecida e valorizada é a família “nuclear”. Este é o modelo que, desde criança, vemos nos livros, nas escolas, nos cinemas, na televisão, etc. e que assimilamos mesmo que em nossa casa vivamos em esquema diferente.

Crise da família:

Quantas vezes não se ouvem referências à “crise” porque estaria passando a família em nossos dias? Em 1932 Aldous Huxley, escritor inglês, lançava seu mais famoso livro: “O Admirável Mundo Novo”… uma visão pessimista do futuro da humanidade, em que imaginava uma sociedade onde a família estaria abolida. Isso deveria ocorrer até o fim deste século.

Aldous Huxley

Nessa “admirável” loucura a mulher não mais daria á luz; os filhos nasceriam em incubadeiras altamente sofisticadas – madres artificiais. Ninguém teria pai nem mãe.

Seria considerado subversão falar-se do assunto família. Exercitar-se-ia o sexo sem compromisso, heterogeneamente. Cada individuo cuidaria da sua vida, sem deveres com ninguém a não ser com o Estado.

A partir dos anos 50, com o rompimento de tabus relacionados com o sexo e o advento do “amor livre”, muita gente imaginou que a humanidade estivesse a caminho de uma sociedade desta natureza. No entanto, mais de três décadas passaram e, embora o casamento seja questionado, a família está muito longe de extinguir-se e jamais o será.

Ela se perpetua muito menos subordinada a modismos sociais e muito mais em decorrência dos desígnios de Deus. Apesar de todos os seus momentos de crise e evolução, a família manifesta até hoje uma grande capacidade de sobrevivência e, porque não dizê-lo, de    adaptação, uma vez que ela tem sobrevivido sob múltiplas formas através dos tempos.

O homem é um ser que nasce para não viver só; busca no casamento um meio pelo qual se dará o processo de socialização com maior intensidade.

Dentro do condicionamento de nossa realidade humana, procuram homem e mulher, antes de tudo, a felicidade pessoal que anteviram nos enlevos do namoro e nos compromissos do noivado.

Ao se unirem, um homem e uma mulher defrontam-se com suas emoções. Permutam experiências afetivas no campo do sexo, buscando no prazer a canalização das energias criativas represadas; relacionam-se nas idéias a nível intelectual e de sensibilidade.

Convergem, mesmo que temporariamente, ansiedades, desejos e aspirações para um ponto de encontro, tentando desenvolver atividades conjugadas e se ajustarem mutuamente.

Esse homem e essa mulher não são unidades isoladas no mundo. Pertencem a uma sociedade, provêm, por sua vez, de famílias. Integram um ciclo humano, profissional e religioso. Absorveram idéias, refletem sentimentos, posições, entendimento diversificado.

No relacionamento humano e espiritual, defrontamos com forças a reagirem constantemente, desencadeando interações emocionais por onde as cargas de energias emocionais se ajustam, multiplicando emoções agradáveis, compensatórias ou se atritam, estabelecendo conflitos.

Observamos que, apesar dos conflitos, a família é “única” em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos indivíduos, sobretudo durante o período da infância e da adolescência. Ninguém nessas fases pode se sentir feliz se lhe faltar a referência familiar. Assim a família mais do que um fenômeno natural passou a ser uma instituição social variando através da história e apresentando formas e até finalidades diversas.

Em tese homem e mulher reencontram-se para desenvolver um trabalho especifico no relacionamento emotivo, na criação de uma família, dando oportunidade à reencarnação de Espíritos afins ou não, que irão receber suas influências. O conjunto assim formado passará a ligar-se por profundos condicionamentos afetivos e laços psíquicos a exprimirem sua concepção familiar.

Entretanto, em qualquer enfoque, antropológico ou religioso, a família é a “oficina do convívio”.

Uma visão panorâmica dos núcleos familiares, sob o ponto de vista de sua operacionalidade, mostra uma quantidade infindável de contrastes que caracterizam o grau de moralidade, intelectualidade e aspirações que determinam suas existências.

(LAR DO CAMINHO. Estudos da Família à Luz do Espiritismo: A Família no Mundo Atual. Campos do Jordão, setembro/2000 apud CVDEE, internet: www.cvdee.org.br)