4º ano – aula 06

CURSO DE DOUTRINA ESPÍRITA

4º Ano – Aula 6 – FACULDADES ANÍMICAS

Objetivo:

  • Informar ao aluno que todo o processo mediúnico apóia-se no sentido estrito do animismo (psiquismo) do médium, preparado para captar ou dar passagem ao pensamento do comunicante com possibilidade de sua interferência e explicar que fenômeno anímico, no sentido mais amplo, abrange todas as manifestações da alma, esclarecendo que os fenômenos anímicos e mediúnicos procedem de uma mesma causa: o espírito, diferenciando transe anímico do mediúnico.

Temas/ Bibliografia:

Animismo      e mediunidade:  fronteiras:   Allan Kardec, “O Livro dos Médiuns”,     cap. 24 – itens 224 e 225 e cap. 15 – itens 180 e 214;
Transe mediúnico e transe anímico: fronteira:      Divaldo P.Franco, “Mediunidade,  encontro com Divaldo”, MM Editora;
(*) F.C.Xavier, André Luiz, “Mecanismo da Mediunidade”, cap. 23;
(*) Zalmiro Zimmermann, “Perispírito”.

Introdução
A partir do conteúdo estudado a última aula, procure refletir a respeito dos seguintes pontos:
1-Como se dá a vidência?
2-Quais os tipos de médium vidente?
3-Toda ocorrência de vidência mediúnica é igual? Explique.
4-Qual é a importância da análise crítica das comunicações mediúnicas?

“Todas as percepções constituem atributos do Espírito e lhe são inerentes ao ser. Quando o reveste um corpo material, elas só lhe chegam pelo conduto dos órgãos. Deixam, porém, de estar localizadas, em se achando ele na condição de Espírito livre.” (Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, q. 249, item a.)

Os fenômenos anímicos e os espíritas

Segundo alguns autores, fenômenos espíritas seriam apenas os produzidos pêlos “mortos”; os produzidos pêlos “vivos” seriam os fenômenos anímicos.

Para Kardec, porém, “Os fenômenos espíritas consistem nos diferentes modos de manifestação da alma ou Espírito, quer durante a encarnação, quer no estado de erraticidade”. (Allan Kardec, “A Gênese”, cap. XIII, item 9.)

Em princípio, pois, os fenômenos espíritas englobam todos os fenômenos produzidos por ação de um espírito, quer encarnado, quer desencarnado.

Ao serem classificados quanto ao seu agente, os fenômenos espíritas poderão ser denominados de:

Fenômeno mediúnico: o produzido por um espírito desencarnado, através do concurso de um médium.

Fenômeno anímico: o produzido pelo encarnado com suas próprias faculdades espirituais, sem o uso dos sentidos físicos, graças à expansão do seu perispírito.

Quanto maior o grau de expansão do perispírito, mais expressivo poderá ser o fenômeno anímico, pois o encarnado passará a desfrutar de maior liberdade em relação ao corpo, agindo mais como um espírito liberto.

O estudo dos fenômenos anímicos

Alexandre Aksakof (sábio russo, primeiro a empregar o termo animismo); Charles Richet (criador da Metapsíquica), catalogou os fenômenos anímicos, dando-lhes denominação especial; Ernesto Bozzano (que afirmou “O animismo prova o Espiritismo”, nas conclusões do seu livro “Animismo ou Espiritismo?”).

 

Exemplos de fenômenos anímicos

 

l) Telepatia: É a transmissão ou recepção de pensamento à distância.

Termo composto das palavras gregas pathos (impressão exercida sobre a alma) e tele (que traduz distância), portanto: impressão exercida sobre a alma à distância.

Foi proposto por Frederic Myers, em 1882, e adotado nos tra­balhos da Societyfor Psychical Research (Londres).

Fenômeno conhecido pela humanidade desde as épocas mais remotas, não há quem não o tenha experimentado, ocasionalmente.

Nos tempos modernos, os estudos a respeito da telepatia apareceram ligados ao magnetismo e ao hipnotismo, na França (a partir de 1825). Atualmente, a Parapsicologia a inclui entre os fenômenos “psigama”.

Como se explica que duas pessoas, perfeitamente acordadas, tenham instantaneamente a mesma idéia?

São dois espíritos simpáticos que se comunicam e vêem reciprocamente seus pensamentos respectivos, embora sem estarem adormecidos. (Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, q. 421.)

A rigor, a telepatia está entre os fenômenos anímicos. De encarnado para encarnado. Mas, no meio espírita, o conceito está se estendendo para o intercâmbio com o Além.

“(…) realmente evoluímos em profunda comunhão telepática com todos aqueles encarnados ou desencarnados que se afinam conosco.” (F.C.Xavier/André Luiz, “Nos Domínios da Mediunidade”.)

Porém, se for com desencarnados, ou sob estímulo deles, o fenômeno será mediúnico.

2) Clarividência e clariaudiência: Visão e audição sem o concurso dos olhos ou dos ouvidos, mesmo à distância e mesmo através de corpos opacos.

3) Ação sobre a matéria: Capacidade de movimentar objetos ou modificar substâncias, sem contato aparente e mesmo à distância.

Em parapsicologia se denomina psicocinesia, com as variedades de telecinesia, pirocinesia e levitação.

Ex.: Nina Kulagina, Uri Geller, fenômenos de combustão espontânea.

4) Ideoplastia: Projeção de imagens e até sua “materialização”.

Ex.: Ted Serios – obtinha fotografia de formas de pensamentos; estaria conseguindo impressionar as chapas fotográficas. Dr. Jule Eisenbud, professor da Universidade do Colorado, relatou, no seu livro “The World of Ted Serios”, série de experiências feitas com esse sensitivo, nos laboratórios daquela Universidade.

5) Bicorporeidade: Perispírito, em desdobramento, se tornando visível e, às vezes, tangível, inclusive à distância do corpo físico.

6) Precognição e retrocognição: Conhecimento prévio ou posterior de acontecimentos sem a possibilidade de acesso material aos fatos pêlos sentidos comuns.

Todos estes fenômenos são anímicos, desde que na sua produção não intervenham de alguma maneira outros espíritos, só o do próprio encarnado.

 

Animismo e mediunidade

 Ao lado dos fenômenos mediúnicos, ocorrem também os fenômenos anímicos, muitas vezes produção inconsciente dos médiuns.

“(…) é extremamente importante reconhecer e estudar a existência e a atividade desse elemento inconsciente da nossa natureza, nas suas variadas e mais extraordinárias manifestações, como as vemos no Animismo”, alerta Aksakof.

Podemos isolar o animismo da mediunidade, no fenômeno mediúnico?

Dificilmente, porque:

1) São as próprias faculdades anímicas dos médiuns que os fazem instrumento para as manifestações dos espíritos.

2) Nem sempre podemos definir, com exatidão, quando o fenômeno está ou não sendo provocado ou coadjuvado por espíritos.

Dessa íntima relação entre Animismo e Espiritismo, diz Bozzano: “Nem um, nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única e esta causa única é o espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente, durante a existência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos” (Leia-se, mediúnicos.)

 

BIBLIOGRAFIA: Thezinha Oliveira, “Mediunidade”.

Nina Kulagina


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Uri Geller
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